Obesidade Infantil e sua abordagem na Educação Física escolar

Na contemporaneidade muito se fala sobre o aumento do índice da obesidade, sobre os aspectos físicos que estão associados à um padrão de beleza pré-determinado em diferentes grupos sociais e também sobre a dificuldade de aceitação referente à imagem corporal, principalmente do público adolescente. Uma vez que a temática da obesidade infantil amplia sua discussão para diferentes temas transversais, este trabalho tem como objetivo investigar como é abordado o assunto obesidade e seus fatores de riscos nas aulas de Educação Física no segundo ciclo do ensino básico. Busca-se compreender se os professores promovem esta intervenção, se realmente ocorre, e de que forma exteriorizam aos alunos. Em função do objetivo exposto, realiza-se uma pesquisa teórico-empírica a fim de investigar, questionar e compreender a abordagem dos conceitos explicitados na fundamentação teórica. A pesquisa teórica foi realizada através de algumas bases de dados como Portal Capes, BVS, Scielo e Google Acadêmico, com as palavras chaves “obesidade”, “educação física” e “escola”. A parte empírica foi realizada no segundo semestre de 2018 com 4 professores do segundo ciclo do ensino fundamental com turma de 8º e 9º de diferentes escolas entre a zona norte e a zona sul, sendo uma pública e uma privada da zona norte e uma pública e uma privada na zona sul. Foi aplicada uma entrevista pessoalmente, seguida de uma observação da aula, com perguntas abertas e fechadas, para que os professores pudessem responder livremente e expor sua opinião. De acordo com alguns dados já coletados, os professores alegam que há uma grande quantidade de alunos que não aceitam seu corpo, principalmente nesta faixa etária, a partir disto, muitos se excluem e não se sentem confortável em participar da aula devido a uma “exposição corporal” e até mesmo pela constante prática de bullying entre alguns colegas. Alguns professores dizem abordar temáticas sobre obesidade e imagem corporal em alguns momentos, com dinâmicas, projetos interdisciplinares na escola ou com contextualização em sala durante a atividade. Do que foi analisado até o presente momento, pôde-se considerar que, embora haja uma tentativa de intervenção com diferentes propostas vinda dos professores de Educação Física, ainda há um grande nível de exclusão nas aulas, dos próprios alunos, além dos professores aceitarem passivamente a condição do aluno de não participar das aulas. Com isto, se faz necessário uma discussão ampliada sobre as temáticas transversais e uma intervenção dos professores da disciplina de Educação Física, a fim de tornar as práticas corporais propostas em aula, um momento atrativo e confortáv para os alunos.