INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E DA PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO HUMANO

O convívio social é algo inerente ao ser humano. Sendo assim, cabe à Educação Física (EF), assim como as outras áreas, colaborar para a compreensão dessa socialização. Já que uma das temáticas estudadas pela EF se referem ao movimento, esse recurso pode ser utilizado como meio para alcançar o objetivo traçado de inclusão social. Neste estudo, pretende-se explorar formas de conhecimento sobre os movimentos, de modo a sempre relacioná-los com a temática de inclusão social. A partir disso, procura-se entender se existe realmente essa conexão, baseado em investigações de uma revisão bibliográfica. Além disso, é necessário entender como a inclusão é abordada na Educação Física escolar. Dentro dessa perspectiva ocorre o fato de a EF contribuir para a construção da ideia do corpo. Como afirma Ferreira, Daolio e Almeida (2017), o corpo também está relacionado a concepções feitas no meio social. Sendo assim, é possível entender o convívio dos indivíduos se houver a devida atenção também aos movimentos executados. Tendo em vista a importância das expressões corporais, as crianças envolvidas na EF tem a percepção corporal a partir de concepções criadas no seu dia a dia, inclusive com conceitos de limitações que podem não ser reais, conforme Ferreira, Daolio e Almeida (2017). Os autores puderam notar que há a construção de modelos de excelência (preferencialmente magros) em que os alunos que não estão no padrão podem se sentir excluídos. Isso está presente no processo de inclusão/exclusão na escola, reflexo também da sociedade (FERREIRA, DAOLIO e ALMEIDA, 2017). Para entender a forma como ocorre esse processo social, é necessário saber o que é inclusão propriamente dita. Conforme Silva, Sousa e Vidal (2008), a maneira como a inclusão é posta em prática passa também pelos conceitos de normalização e integração que seriam, respectivamente, pôr o indivíduo em situações mais normais possíveis, independentemente de suas condições, e afirmar que todas as pessoas são iguais. No entanto, a inclusão alcança níveis que não poderiam ser atingidos somente com a normalização e a integração, como dito por Rodrigues (2003), já que ela abrangeria a todos, os pondo como diferentes, mas com os mesmos direitos. Quanto a EF nesse processo, pode haver certa facilidade frente a outras matérias, já que existe a categoria de EF que procura entender os movimentos e as suas limitações. Segundo Hildebrant-Stramann (2011), o movimento pode assumir funções diferentes, inclusive relativo ao social. Referente a função social pode-se afirmar que o movimento está diretamente relacionado ao convívio social, de modo cooperativo ou de confronto (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011). Diante das ideias apresentadas anteriormente, pode-se inferir a Educação Física escolar como elemento de intervenção social, tendo em vista que os seus pensamentos referentes às ações/movimentos estão contidos nas possibilidades de construção de uma relação social. Isso, por sua vez, é elemento fundamental da inclusão, uma vez que ela agrega sem discriminação