DESMISTIFICANDO A IDENTIDADE DE GÊNERO E AS PRÁTICAS SEXISTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Resumo: O feminismo no Brasil, no fim da década de 80, se apropriou da discussão de gêneros para se fortalecer, pois o surgimento das relações de gênero está atrelado a esses movimentos sociais. Os homens sempre foram tidos como os mais importantes seres na sociedade e as mulheres sempre subjugadas a eles. Nessa supremacia masculina, pode-se perceber o dinamismo no qual o centro do processo de dominação dos homens sobre as mulheres é cultural, ou seja, está “entranhado” na sociedade. A Educação Física não se distancia dessa cultura controversa, onde essa pseudo-superioridade masculina faz com que, conceitualmente, meninos se destaquem nas atividades físicas que exigem força e habilidade com bolas, enquanto as ginásticas e danças fazem parte das atividades femininas. Em prol de facilitar o dia a dia do professor de Educação Física, o mesmo acaba utilizando formas absoletas, separando meninas e meninos, a fim de criar grupos homogêneos os quais não se dialogam para instruir uma prática que não privilegie um em detrimento do outro. Pensando em dirimir as distorções, a desigualdade e eliminar essas metodologias sexistas, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), de Educação Física, fundamentalizam as aulas mistas, tentando assim, não reproduzir o machismo e fugindo de estereótipos e preconceitos sexuais. A Educação Física, bem como a escola como um todo, não pode ficar neutra nesse diálogo. Não é mais aceito participar da construção da identidade de gênero de forma desigual. Hoje não há mais a possibilidade de não se apropriar do dispositivo legal que se tem para formar turmas mistas, e trabalhar todas as formas de minimizar ou acabar com as desigualdades. A pesquisa está sendo realizada com os alunos do sexo masculino e feminino de todo o 3º ano do ensino médio integrado de uma instituição de ensino público federal na cidade de Campos dos Goytacazes, que inclui os cursos técnicos nas áreas de automação, informática, eletrotécnico, mecânica e edificações, no qual os mesmos estão respondendo um questionário fechado de cinco (5) perguntas objetivas sobre as dificuldades encontradas na prática esportiva envolvendo gênero. Espera-se diagnosticar como a população do estudo percebe a construção de gênero nas práticas esportivas nas aulas de Educação Física, contribuindo para que as aulas sejam um espaço de empoderamento dos participantes. Desde já, pode-se pontuar que se os professores de Educação Física Escolar insistirem, erroneamente, nas práticas sexistas excludentes, podem levar os alunos a desenvolverem problemas nos campos motores, sociais e principalmente no psicológico. Para isso, torna-se indispensável fazer reflexões e dialogar sobre gênero dentro das aulas de Educação Física, procurando alternativas pedagógicas e mostrando a importância de vencer as barreiras da desigualdade fundamentadas em nossa sociedade. Dessa forma, deseja-se valorizar a diversidade e minimizar as diferenças, não permitindo que se transformem em desigualdades entre seres humanos