AFRORESISTÊNCIAS: A CONSTRUÇÃO DE NOVAS NARRATIVAS NA ESCOLA DE BELAS ARTES.

Este trabalho tem como objetivo apresentar as reflexões surgidas durante o Seminário Afroresistências: Estética Negra e Novas Narrativas, além dos processos de criação e desenvolvimento. Organizado por alunos da Escola de Belas Artes da UFRJ, congregou estudantes, artistas, afroempreendedores, educadores, mestres e portadores dos diversos saberes da cultura negra. Idealizado para mês de resistência para o povo negro, o Afroresistências ocorreu entre os dias 11 e 13 de maio de 2016. Tendo em vista dia 13 de maio marco do fim da escravatura, buscamos questionar conceito de abolição e a luta pela real libertação. Além disto, o evento também trouxe reflexões sobre os 200 anos que Escola comemorado em 2016, bem como questões acerca da Universidade Federal do Rio de Janeiro, suas atualizações e transformações em seus 100 anos. Este projeto foi um desdobramento da disciplina de Arte africana e Afro-brasileira, do curso de História da Arte, ministrada pela professora Dra. Carla da Costa Dias. É também resultado do novo perfil de alunos que passaram a ocupar o espaço acadêmico com a adesão de cotas. Declarando as expectativas no campo das artes e o reconhecimento da diversas formas e transmissão de saberes. Uma construção, um esforço para congregar experiências de resistência, de visita e reescrita da história oficializada com a perspectiva de visibilizar temas, autores e fazeres muitas vezes postos de fora do espaço acadêmico. O Afroresistências foi organizado organizado por alunos, alunas, negros, negras e indígenas. Buscando desde a arte consagrada nos Axés dos Terreiros ancestrais, nas ladainhas, nos cantos indígenas, nas mãos e vozes dos Babá-eguns, das saias rodadas do coco, jongo, carimbó e maracatu, dos corpos torneados pelo aprendizado da capoeira, da produção cinematográfica de Pernambuco e da Baixada Fluminense, dos gritos de expressão nos muros da cidade, como o piche e o grafite, da produção contemporânea oriunda das diversas quebradas do Brasil: um encontro. Assim, o evento contou com a mais de quatrocentos inscritos como ouvintes, quarenta e cinco trabalhos acadêmicos selecionados, dezoito trabalhos de comunicação oral, quatro sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos, uma exposição artística com edital de nível nacional, uma oficina de dança afro-brasileira, entre outras atividades