PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL AOS RESPONSÁVEIS DE CRIANÇAS/ADOLESCENTES ATENDIDOS NAS CLÍNICAS DE ODONTOPEDIATRIA DA UFRJ

Avaliou-se, através de questionários, o impacto das mesas clínicas apresentadas por alunos das disciplinas de Odontopediatia I e II, da Faculdade de Odontologia da UFRJ, na saúde bucal de crianças/adolescentes (C/A) e suas famílias. A apresentação das mesas objetivou orientar, esclarecer e instruir os pais/responsáveis das C/A a respeito de temas sobre manutenção da saúde bucal. As apresentações foram realizadas através da exposição de fotos, associada a explicações sucintas e de fácil compreensão. Elas aconteceram na sala de espera onde os responsáveis aguardavam o atendimento das C/A e tiveram duração aproximada de 10 min. Ao final, os responsáveis foram convidados a responder um questionário, aplicado por um bolsista de Extensão, com o intuito de avaliar o entendimento do público alvo a respeito dos temas. A partir de outubro de 2016, a evolução clínica das C/A, cujos pais responderam o questionário, passou a ser avaliada. O dado “nome da criança” foi incluído nos questionários para acesso dos prontuários, onde se investigou o retorno desses menores para revisão, avaliando-se a necessidade ou não de tratamento. O questionário foi aplicado a 128 responsáveis entre 20 a 67 anos (média=42,36±10,83 anos), cujas C/A apresentavam idade entre 1 a 15 anos (média=8,31±3,57 anos); sendo 45% meninos, 88% mães e 20% avós. Metade dos questionários respondidos foi aplicada após a mesa clínica organizada por alunos da Disciplina Odontopediatria I, enquanto a outra metade por alunos da Odontopediatria II. Dentre os temas (n=14) apresentados, os que geraram mais interesse e respostas aos questionários foram aqueles sobre prevenção da cárie e a importância dos dentes de leite, rendendo 33,3% do total das respostas. Todos os responsáveis consideraram importante as apresentações das mesas clínicas, com apenas 3 (2,3%) reportando terem tido dificuldade na compreensão do tema exposto (Tabagismo e Odontologia Materno Infantil) e 18 (13,9%) sugeriram mudanças no programa, recomendando maior divulgação através do uso de cartazes. Oitenta e dois dos respondentes (63,6%) já haviam participado de exposições anteriores e todos apontaram melhoria na qualidade de vida de suas C/A e da família, em virtude dos conhecimentos adquiridos por meio da atividade em questão. Até o momento, 32 questionários possuem esse novo dado de acompanhamento, e 12 prontuários puderam ser avaliados, mostrando que 3 crianças retornaram para revisão sem novas lesões de cárie e receberam alta, 1 recebeu alta,1 não retornou para revisão e 7 permanecem em tratamento. Em longo prazo será possível uma melhor avaliação do impacto das informações recebidas pelos responsáveis na saúde bucal de suas C/A. Entretanto, nossos resultados já evidenciam que o conteúdo simples dos temas abordados nas mesas clínicas é mais fácil de ser compreendido pelo público, além de demonstrar a relevância de programas em salas de espera para a melhoria da saúde bucal e o auto cuidado de C/A e suas famílias