REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1968: REFLEXOS NA EDUACAÇÃO SUPERIOR NA ATUALIDADE

REFORMA UNIVERSITÁRIA DE 1968: REFLEXOS NA EDUACAÇÃO SUPERIOR NA ATUALIDADE O presente trabalho visa propor uma reflexão acerca do Ensino Superior Brasileiro que ao longo de sua trajetória esteve no epicentro de diversas reformas educacionais. Neste ensaio nos ateremos especialmente a uma delas, a reforma universitária de 1968, devido ao seu reconhecimento como fato histórico de suma relevância social correspondente aos seus desdobramentos políticos, econômicos, sociais e que surtiram efeitos no ensino, na formação e na política de educação de modo geral. Para tanto, o trabalho aqui apresentado tem cunho qualitativo, com seu desenvolvimento realizado através do uso de material bibliográfico com o intuito de compreender melhor o contexto histórico da reforma universitária supracitada, bem como compreender suas consequências para o modelo atual de ensino. Acredita-se que a Reforma universitária de 1968 foi traçada através de um viés economicista no qual o planejamento do sistema educacional deveria ser voltado às necessidades do mercado a fim de garantir o “progresso da nação”, leia-se expansão e enraizamento do capitalismo, nos marcos do desenvolvimentismo colocado em prática durante a ditadura militar orquestrado pelos Estados Unidos através do Programa Aliança para o Progresso. Este desenvolvimento social pautado no capitalismo, no que tange à educação, fez ascender uma série de convênios estabelecida entre o governo federal, através do Ministério da Educação (MEC), e a United States Agency for International Development (USAID), os conhecidos “Acordos MEC-USAID”, que apesar de todos os protestos, inclusive tendo os estudantes universitários como vanguarda de forte oposição, fez avançar a orientação privatista da política de educação que favoreceu a iniciativa privada nacional e internacional que ampliou-se com repasses públicos com o pressuposto de que o ritmo econômico demandaria mão de obra especializada, bem como que determinaria o crescimento da demanda social por educação, desta maneira a pedagogia tecnicista expressou a sistematização dos princípios tayloristas em educação, de modo que especialistas tornaram-se responsáveis por conceber, planejar e elaborar planos educacionais, enquanto aos professores e alunos restou apenas o espaço de meros executores, aos quais lhe cabiam apenas às respectivas finalidades de ensinar e aprender fazer. Este ensino tecnicista mostrava-se parte integrante da modernização capitalista pela via educacional que sustentava o binômino educação/desenvolvimento no sentido econômico, político e social, partindo do princípio de que a educação passou a ser vista como uma base produtiva na qual o capital deve-se produzir e reproduzir, no entendimento de que esta política tornou-se um investimento. Como consequência os moldes educacionais são baseados na competitividade acadêmica, onde cada vez mais os espaços das instituições educacionais impõem excessos de afazeres voltados para a eficiência no, também competitivo, mercado de trabalho, em vez de constituírem-se em locais onde sejam estimulados práticas libertadoras e aprendizado sem alienação. Palavras-chave: educação; reforma; capitalismo.