COMO OS TAES’s LIDAM COM O PRODUTIVISMO ACADÊMICO?

O Estado conduz a educação dentro de um sistema que enfatiza a mundialização do capital, sendo percebido que um cenário mercadológico se impõe às universidades públicas. Engendrada pelo biopoder, a submissão ao sistema capitalista muitas vezes é reforçada pelo sujeito através de práticas do seu cotidiano. Este trabalho tem por objeto de estudo os técnicos em assuntos educacionais das universidades federais brasileiras que se propõe a cursar uma pós-graduação stricto sensu. Acredita-se que esta pesquisa traz por contribuição aos TAE’s uma reflexão acerca do assunto, com o intuito de tentar modificar o olhar destes profissionais da educação sobre o atual sistema universitário brasileiro, bem como repensar alguns de seus comportamentos. Este resumo tem por objetivo principal abordar o produtivismo acadêmico, representado aqui pelo acúmulo de funções na academia e a exigência de alta produtividade. Como objetivos secundários, propõe-se verificar os impactos da lógica gerencialista e das políticas de controle na educação superior e analisar o impacto desta lógica na saúde dos TAE’s. Para tanto, a metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, documental e observação. Para estudar a temática gerencialismo, a conjuntura atual onde tem-se um Estado capitalista e conservador que exerce sobre a educação um controle social e restringe a autonomia universitária e o trabalho docente, se utilizará como fundamentação teórica obras de Althusser, Ricardo Antunes, Chauí, Dardot e Laval, Florestan, Freire, Frigotto, Gramsci, Harvey, Marx, Sguissardi, André Singer, Tragtenberg, Wood, entre outros. De modo a refletir sobre a alienação do trabalho, a subjetivação do sujeito e a anuência dos docentes serão estudados Bourdieu, Dejours e Foucault. Como análise dos resultados da pesquisa, encontraram-se formas que o capitalismo e o biopoder utilizam para capturar a subjetividade das pessoas, fazendo com que reproduzam a lógica empresarial em todos os campos de sua vida, sendo o trabalho um dos principais influenciadores desta forma de pensamento. Por exemplo, se retirando a reflexão crítica do trabalhador. Verdades como “a geração de hoje deve ser polivalente, flexível, resiliente, empreendedora, orientada para resultados” são naturalizadas, deixa-se de problematizar o cotidiano, propor alternativas, refletir. É possível concluir que o capitalismo na sociedade contemporânea convoca a subjetividade do trabalhador para dentro do trabalho e propaga a “verdade” do ser flexível e polivalente, de ter horários indefinidos no trabalho, precariza vínculos trabalhistas, neutraliza a mobilização coletiva e aprofunda o individualismo. É preciso resistir, construir alianças e pensar novas formas de organização do trabalho. Palavras-chave: Capitalismo; Gerencialismo; Produtivismo; Universidade