Potencial da atuação de servidores técnico-administrativos na extensão universitária

A Extensão Universitária constitui o chamado tripé da Universidade pública, posto da Constituição Federal de 1988, com o potencial de contribuir significativamente para o cumprimento do que chamamos de função social da Universidade. Atualmente a UFRJ reconhece a participação de servidores técnico-administrativos (TAEs) na coordenação de ações de extensão, o que representa um avanço no reconhecimento de seu papel para o desenvolvimento destas ações, onde também é possível identificar significativa participação em espaços de gestão da extensão. A partir da experiência na Coordenação de Extensão Universitária do Museu Nacional, este trabalho objetiva problematizar sobre o potencial da atuação de TAEs na extensão universitária na UFRJ. Com isso, acredito ser possível pensar em como a extensão pode se configurar como um espaço rico para trocas entre os diferentes sujeitos que compõem esta Universidade, possibilitando a contribuição de servidores técnico-administrativos a partir de suas áreas de formação e interesse, podendo romper com uma predominância do dito saber acadêmico docente, considerando que a extensão se propõe a extrapolar os espaços de sala de aula. Assim, busco trazer algumas reflexões. Seria possível fazer deste um espaço não de disputa, mas de confluência de interesses e contribuições profissionais com o objetivo de garantir a interação dialógica com a sociedade? Como valorizar a contribuição de TAEs no sentido de despertar o interesse para participação nestes espaços? Quais os desafios para garantir a extensão como parte de sua atividade profissional? Acredito que a organicidade de sua inserção na gestão da extensão tem o potencial de garantir maior continuidade nos trabalhos e nas discussões, para além da mera execução de tarefas burocráticas e no sentido de ajudar a pensar a extensão mais efetivamente, por exemplo. Estas reflexões partem da experiência em ações de extensão e também na própria gestão, em especial da experiência de TAEs enquanto coordenadores de extensão. Com isso pretendo trazer mais indagações e suscitar o debate do que apresentar conclusões sobre um processo tão rico e que se multiplica na Universidade. Não se trata de sobrepor ou supervalorizar, mas de considerar TAEs como atores fundamentais no processo de consolidação da extensão na UFRJ. Isso porque as ações de extensão, sejam programas, projetos, cursos ou eventos, precisam ser pensadas com base na realidade que se apresenta, de modo que seja possível despertar interesse de diferentes atores sociais para que possam participar também contribuindo com seus saberes, numa relação de troca constante