Diferença de funcionalidade como caminho para a inclusão

Esta proposta aborda questões de Acessibilidade vivenciadas na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A mudança ocorrida nas ações afirmativas a partir da Lei nº 13.409, com a ampliação do acesso por cotas para alunos com deficiência, força o repensar de todo o processo acadêmico e cultural que envolve a Acessibilidade em ambientes universitários. Observa-se a necessidade de ações mais imediatas para a inclusão de pessoas com deficiência. Não só para alunos, mas também servidores docentes e técnicos administrativos em educação. É preciso pensar em todo o processo de inclusão. O que abarca desde de um espaço físico adequado para recebê-los até as articulações para mudanças nos processos pedagógicos, o acolhimento, entre outros. Entendemos que os movimentos atitudinais propostos por pessoas sem deficiência têm um papel importante para a sensibilização, a consciência social e as ações participativas. Mas que a presença do aluno, do técnico e do professor com deficiência é primordial para a construção e a reformulação rumo a uma universidade mais democrática e acessível. Seguindo a premissa "Nada sobre nós, sem nós", o engajamento das pessoas com deficiência na luta por seus direitos é um processo afirmativo. Consideramos as ações atitudinais como fator importante para a promoção da acessibilidade universitária. Uma delas foi a criação do Fórum Permanente UFRJ Acessível e Inclusiva que veio não só para repensar processos acadêmicos, culturais e estruturais. Mas que propiciar a acessibilidade nos espaços universitários não visa só atender às leis. Somente a igualdade formal do direito não atende às necessidades reais para efetivar a inclusão. E bom senso na utilização de recursos para a acessibilidade é fundamental. Neste viés, vemos a proposta de movimentos que despertem uma consciência social de respeito às diferenças de funcionalidade entre pessoas com deficiência, mesmo quando apresentam a mesma patologia. Precisamos aprofundar os conhecimentos sobre a funcionalidade do aprendizado, bem como desenvolver nos múltiplos sujeitos as práticas sociais inclusivas de acolhimento e formação continuada como auxiliares ao percurso de acesso e permanência na universidade. Democratizar realmente o ingresso em uma Universidade pública de qualidade, com servidores técnicos administrativos em educação e professores mais e melhor preparados, atendendo aos princípios norteadores da nova educação, que resguarda diferenças culturais, geracionais, étnico-raciais, físicas, de gênero ou de qualquer outra natureza, o que garante a acessibilidade na educação. Mesmo entre acertos e erros, a formação deve ser um processo contínuo