CInÊNCIA: Ciência e Cultura Andarilha na Formação Integral

O CInÊNCIA utiliza a linguagem cinematográfica juntamente com a Semiótica, num projeto andarilho, articulado à política de extensão do governo, que atende escolas públicas no interior dos estados de RJ, MG (em parceria com a UFJF), e a partir do ano de 2015 no MS (em parceria com a UFMS), integrado aos projetos de educação integral nessas localidades (atividades em contra-turno). O objetivo do projeto é usar o conceito de alfabetização visual. As atividades têm duração de três horas e compreendem (i) uma apresentação do tema ao grupo; (ii) apresentação do filme; e (iii) um conjunto de atividades sobre as leituras produzidas no filme. Um dos objetivos é debater e verificar a manifestação expressiva (ícone) e simbólica e suas relações com o tema central da atividade. O CInÊNCIA iniciou suas atividades em 2013 e até o momento realizou 45 oficinas atuando em 15 escolas nos municípios do Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Itaperuna, Três Rios, Paracambi, Pinheiral, Nova Iguaçu e Belford Roxo e em 9 escolas nos municípios de Juiz de Fora, Barroso e Prados em Minas Gerais, totalizando 24 escolas com a participação de 3.820 alunos, sendo 2.110 do ensino médio (55%) e 1.710 do ensino fundamental (45%). A metodologia utiliza binômios dialéticos para exercitar a contradição e conduzir à apreensão das formas simbólicas contidas nos filmes. Os repertórios imagéticos são debatidos na atividade pós-filme com a retomada de trechos selecionados, que são colocados discursivamente em contraponto com cada elemento do binômio. Desse modo, para o binômio Sustentabilidade & Sobrevivência, são usados os filmes Saneamento Básico (2007, Jorge Furtado) e Blade Runner (1982, Ridley Scott), associando nesse caso o processo de sustentabilidade ao valor da sobrevivência. Para o binômio Inovação & Imprevisibilidade, os filmes são Homem de Ferro (2008, Jon Favreau) e Oz, Mágico Poderoso (2013, Sam Raimi), para Estigma & Pertencimento, usa-se os filmes Gattaca (1997, Andrew Niccol) e Detona Ralph (2012, Rich Moore). O CInÊNCIA recebe apoio do MEC-PROEXT e segue ampliando seu espectro de ação, com o permanente desafio de nuclear a formação de grupos de discussão sobre a importância da matriz audiovisual como recurso em processos de ensino. (1) Oliveira, M. M. C. Alfabetização visual. Estudos Semióticos, v. 5, n. 1, p. 17-27, 2009; (2) Silva, R. B et al, CinÊNCIA: a cultura andarilha na perspectiva da inclusão social. Caleidoscópio. 2014