Impacto atual do diagnostico e tratamento da hanseníase na vida dos seus portadores: vivências em atividades de ensino, pesquisa e extensão

Introdução: O estado do Rio de Janeiro atingiu a meta da OMS de eliminação da hanseníase como problema de saúde pública em 2010. A proposta em questão tem foco nas vivências dos alunos em atividades com pacientes, familiares, comunidade e o impacto da hanseníase na vida dessas pessoas. Objetivo: Demonstrar que a hanseníase é causa de sofrimento para seus portadores e familiares e constitui um problema de saúde pública, mesmo após a chamada “eliminação”. Métodos: Vivências em atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFRJ; depoimentos de pacientes, seguindo metodologia de história oral e avaliação de dados secundários. Resultados: A taxa de prevalência de < de 1 doente de hanseníase em 10.000 habitantes, meta estipulada para a condição de eliminação da doença como problema de saúde pública é de difícil entendimento nas atividades de extensão junto aos municípios da periferia da região metropolitana ou na assistência aos casos encaminhados da APS.. Cerca de 25% dos novos casos em 2013 no estado apresentavam alguma incapacidade física pela doença. No grupo de auto-cuidados com portadores de incapacidades físicas pela doença, a maioria dos participantes estão aposentados ou em processos de reabilitação pós-alta. Estes exigem atenção multiprofissional e apoio familiar, além das aposentadorias e pagamentos de auxílio- doença temporária pelo governo. Exemplos de depoimentos de pessoas com as quais interagimos: P1, homem, 32 anos: “... tive que sair do serviço, na minha firma eu passei até por discriminação. ...”; P2, homem, 52 anos: “...O que me prejudicou mais foi no trabalho, tive que parar de trabalhar, ganhar dinheiro e fui aposentado por invalidez...” ; P3,homem, 48 anos: “...Hoje em dia eu não me sinto capaz fisicamente de fazer o trabalho que eu fazia antes...”; P4:mulher, 38 anos: “.... eu recebi alta do tratamento da hanseníase em 2012, mas não entendo. Não fiquei nem um dia sem ter que tomar remédio. É a reação depois da alta. Isso não é doença?” Conclusões: Além de ser uma doença infecciosa, a hanseníase é uma condição crônica e isso requer um modelo de atenção especial e multiprofissional. Para o ensino das profissões de saúde é um exemplo de problema complexo que pode ser melhor compreendido em uma abordagem transdisciplinar