REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COM FOCO NO FUNCIONAMENTO EXECUTIVO E NA LINGUAGEM

As dificuldades de aprendizagem (DA) são caracterizadas por rebaixamento significativo do desempenho acadêmico, em relação ao esperado para determinada faixa etária e nível de escolaridade. A compreensão do padrão individual de funções cognitivas preservadas e comprometidas, através de avaliação neuropsicológica, contribui para o planejamento de intervenções que promovam o desenvolvimento da criança e o aumento do rendimento acadêmico possível em cada caso. Os objetivos do Projeto de Extensão “Avaliação neuropsicológica e perfis cognitivos de crianças com dificuldade de aprendizagem” são: (1) prestar serviço de Avaliação Neuropsicológica a crianças e adolescentes (provenientes de escolas que atendem populações de baixa renda) com queixa de dificuldade de aprendizagem e (2) criar intervenções promotoras do desenvolvimento cognitivo e acadêmico a partir dos perfis cognitivos particulares. Serão apresentados os princípios de avaliação e reabilitação Neuropsicológica e sua implementação nos atendimentos feitos na Divisão de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia da UFRJ e no Instituto de Neurologia Deolindo Couto. A Avaliação Neuropsicológica é feita através de Testes padronizados (WISCIII, Figura Complexa de Rey, Teste de Desempenho Escolar, por exemplo), além de tarefas especialmente desenvolvidas para cada caso, de acordo com a necessidade, sessões livres e entrevistas com os pais e a criança. As bases teóricas que a sustentam são a Psicologia Cognitiva, a Neuropsicologia Cognitiva e as Neurociências. A reabilitação Neuropsicológica é feita através de jogos e atividades voltados para estimular funções cognitivas comprometidas e/ou desenvolver modos de compensação dessas alterações funcionais. O público alvo deste projeto é formado por crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos de idade. Ao longo do ano de 2014, foram feitas as Avaliações Neuropsicológicas e elaborados os perfis cognitivos de 43 crianças e adolescentes (201 sessões individuais). Verificou-se predominância de rebaixamento de Funções Executivas (auto-gerenciamento) e Atenção no público atendido. Foram realizadas 141 sessões de estimulação cognitiva com 29 crianças e adolescentes. Será discutido um caso clínico que inclui a avaliação neuropsicológica, reabilitação e reavaliação após um período de intervenção. O processo de intervenção teve como base atividades voltadas para a estimulação das funções executivas, conceitos matemáticos e enriquecimento semântico. Dentre estas atividades, pode-se citar a colheita de idéias, interpretação de tirinhas com inferências, montagem de histórias com uso de bonecos, construção de labirintos, atividade com sinônimos e antônimos, roteiros para descrição de objetos e roteiros das operações matemáticas básicas. Por fim, mostraremos os resultados da reavaliação, evidenciando a eficácia do processo de intervenção