Itinerâncias: A experiência de construção de novos possíveis no projeto Expressão e Transformação.

O projeto de pesquisa e extensão “Expressão e Transformação: arte e subjetivação com crianças e adolescentes em comunidades” é um projeto interdisciplinar do Instituto de Psicologia da UFRJ, que conta com estagiários da graduação em dança, psicologia, comunicação social (Rádio e TV) e com uma aluna de pós­graduação em psicologia. O projeto atua em parceria com a ONG Casa da Arte de Educar desde 2010 e propõe, a partir dos pressupostos teóricos da fenomenologia de Merleau ­Ponty, da Gestalt-terapia (Alvim, 2014)e da metodologia da Pesquisa­-ação , explorar a potência da corporeidade com as crianças e adolescentes da ONG. Pretende­se assim, convidar estes jovens através de seus corpos a olhar para diferentes dimensões de sua existência, refletindo sobre sua realidade, atuando de modo a construir conjuntamente novos e criativos processos de subjetivação. O trabalho realizado ao longo do ano de 2014 sinalizou que ainda havia necessidade de fortalecimento do vínculo entre o projeto e a instituição parceira. Por este motivo, o trabalho dos estagiários no primeiro semestre de 2015 consistiu em um processo de ambientação no campo, por meio da participação nas aulas desenvolvidas pelas professoras da Casa da Arte de Educar. A partir deste processo de ambientação e do contato com as atividades cotidianas desenvolvidas na ONG identificamos algumas questões e temáticas que serão objeto de nosso trabalho com as crianças e adolescentes neste ano. Pretendemos abordar questões como: gênero, o adultocentrismo nas relações com as crianças, a institucionalização dos processos de aprendizagem, entre outras. Os resultados deste processo apontam para o fortalecimento do vínculo entre o projeto Expressão e Transformação e a Casa da Arte de Educar, representando mais um passo na implicação dos atores do campo de pesquisa na definição das questões da própria pesquisa, aprofundando a dimensão da interação dialógica proposta pela pesquisa-ação. Iremos apresentar as emergências que surgiram no campo, bem como seus desdobramentos e ressonâncias no processo de construção de um corpo coletivo de trabalho entre estagiários e equipe da Casa da Arte de Educar