Ator e homem de teatro, escritor e cineasta, Carmelo Bene causou sensação desde o seu primeiro filme Notre-Dame des Turcs (1968). Inspirado em seu romance inaugural — uma espécie de autobiografia, mais propria-mente poética que romanceada, ele permanece como sendo sua obra a mais célebre, verdadeiro turbilhão de imagens musicais, com seus monólogos, suas cores suntuosas, seu barroquismo simbolista. Eis por que Bene foi bas-tante admirado pelos críticos franceses, Deleuze, Klossowski e vários outros. Se seu cinema não tem um estilo reconhecível de um filme a outro, é verdade, no entanto, que, em todos os seus filmes, desde Notre-Dame des Turcs, ele pratica uma montagem disjuntiva que não se assemelha a nada do mesmo gênero. O cinema de Bene ...