Varia??o espacial e condicionantes do entalhamento fluvial na bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais.

O presente trabalho pretende avaliar as varia??es no aprofundamento da drenagem na alta/m?dia bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais. Para a mensura??o do entalhamento fl uvial (amplitude altim?trica) em cada trecho dos canais fl uviais foi utilizada a base ottocodifi cada em conjunto com o modelo digital de eleva??o SRTM/Topodata. A distribui??o das classes de amplitude mostrou que na maior parte da alta/m?dia bacia do Rio Grande o entalhamento fl uvial situa-se entre 40 e 120 m. Valores superiores a 120 m concentram-se principalmente na Serra da Mantiqueira, junto ?s cabeceiras dos principais rios. O controle litol?gico sobre a distribui??o das classes de amplitude ? espacialmente restrito, o que sugere que a tect?nica cenozoica ? o principal fator controlador da intensidade da incis?o fl uvial. A boa correspond?ncia entre classes de amplitude e falhas mapeadas indica a atua??o de soerguimentos diferenciais entre blocos, com o consequente rebaixamento de n?veis de base regionais nos blocos baixos. Esse controle ? mais evidente na por??o sul da ?rea, com destaque para a zona de cisalhamento de Jesu?nia (ENE). Nesse contexto, as ?reas mais soerguidas s?o as por??es da Serra da Mantiqueira que re?nem as principais concentra??es de amplitudes superiores a 200 m. Mais ao norte merecem destaque as ?reas com concentra??es an?malas de amplitudes relativamente elevadas ao norte de Tr?s Cora??es e na m?dia/baixa bacia do Rio Jacar?. No primeiro caso um consider?vel soerguimento neocenozoico tamb?m deve ter ocorrido, enquanto no segundo as amplitudes mais elevadas aparentemente est?o relacionadas ? retra??o erosiva de um knickpoint com o consequente rejuvenescimento do relevo. A predomin?ncia de amplitudes menores (< 80 m) na por??o oriental, drenada por afl uentes do alto Rio Grande, em rela??o ? por??o ocidental (sub-bacia do Rio Sapuca?) aparenta estar relacionada ? presen?a de soleiras quartz?ticas na primeira e grabens neocenozoicos na segunda. Por um lado, as entradas de algumas gargantas situadas nas cristas quartz?ticas funcionam como barreiras que limitam a incis?o fl uvial nas ?reas a montante. Por outro lado, a subsid?ncia das depress?es tect?nicas causou rebaixamento do n?vel de base regional e, consequentemente, uma tend?ncia de encaixamento da drenagem a montante. Os resultados indicam um destacado papel da incis?o fl uvial na evolu??o e compartimenta??o do relevo dessa bacia hidrogr?fi ca interiorana situada em ambiente intraplaca.This study aims to evaluate the variations of valley depth in the upper/middle Grande River basin, south of Minas Gerais - Brazil. For measurement of the river downcutting (altimetry amplitude) in each section of the fl uvial channels was used the ottocoded cartographic base (ottobasins) in conjunction with the digital elevation model SRTM/Topodata. The distribution of amplitude classes demonstrated that in most of the Grande River basin the downcutting is between 40 and 120 m. Values greater than 120 m are concentrated mainly in the Mantiqueira Range, near the headwaters of major rivers. The lithologic control over the distribution of the amplitude classes is spatially restricted, which suggests that the Cenozoic tectonics is the main factor controlling the intensity of the fl uvial incision. The good correspondence between amplitude classes and mapped faults indicates the action of diff erential uplift between blocks, with the consequent lowering of regional base levels. This control is most evident in the southern portion of the area, especially in the reactivated Jesu?nia shear zone (ENE). In this context, the most uplifted areas are the portions of the Mantiqueira Range with the main concentrations of amplitudes greater than 200 m. Further north stands out the areas with anomalous concentrations of relatively high amplitudes to the north of Tr?s Cora??es and in the middle/lower basin of the Jacar? River. In the fi rst case considerable neocenozoic uplift must also have occurred, while in the second case the higher amplitudes are apparently related to erosive retraction of a knickpoint with consequent relief rejuvenation. The predominance of smaller amplitudes (< 80 m) in the eastern portion, drained by tributaries of the upper Grande River in relation to the western portion (Sapucai River subbasin) appears to be related to the presence of quartzite barriers in the fi rst and neocenozoic grabens in the second. The entries of some gorges situated in quartzite ridges serve as barriers which limit the river incision in the areas upstream. In contrast, the subsidence of tectonic depressions caused base level lowering and, consequently, an incision tendency in the upstream drainage. The results indicate an important role of incision in the relief evolution of this inland drainage basin located in intraplate environment