Este estudo aborda a questão da enunciação sentimental da mulher enquanto indivíduo marginalizado na obra Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez. Inicia por traçar um paralelo entre eventos históricos e culturais, relacionando-os ao sistema simbólico imposto às personagens. O primeiro evento trata da colonização da América Hispânica, abordando a violência física e simbólica sofrida no processo de dominação e as influências evidenciadas em práticas, crenças e mitos que norteiam a vida da mulher latino-americana, usando principalmente a ideia de culpa como aparelho repressor. A partir desse panorama, evidenciamos a trajetória de Úrsula como exemplo de assujeitamento da sentimentalidade feminina. Em seguida, abordamos o panorama mais ...