Encapsulation of amphotericin B into liposomes as modified delivery systems of the drug for endovenous administration

As infecções fúngicas estão entre as principais causas de mortalidade entre pacientes imunocomprometidos. Anfotericina B (AnfB) é um antifúngico macrolídio poliênico, representante de quimioterápicos cujo mecanismo de ação consiste na alteração da permeabilidade de membranas celulares. Sua atuação é preferencialmente sobre células de fungos, mas AnfB também atua sobre células de mamíferos, resultando em sérios efeitos adversos aos pacientes em tratamento. A seletividade e toxicidade da AnfB podem ser alteradas pela sua incorporação em lipossomas, aumentando sua eficácia terapêutica. As vantagens de lipossomas como carreadores de fármacos são comprovados, e justificam o sucesso do AmBisome®, formulação lipossomal contendo AnfB, disponível desde 1989. Apesar de suas vantagens, lipossomas são rapidamente eliminados da circulação sanguínea, o que pode ser minimizado pela modificação das de suas características superficiais. A estratégia mais explorada é a incorporação de fosfolipídios peguilados, resultando em lipossomas estericamente estabilizados (ou peguilados). Estes lipossomas apresentam prolongado tempo de circulação no sangue, resultando em acúmulo do fármaco nos sítios-alvo de ação e aumento da eficácia terapêutica. Foram desenvolvidas e caracterizadas três formulações lipossomais peguiladas compostas basicamente por distearoilfosfatidiletanolamina- (polietilenoglicol)2000, colesterol, fosfatidilcolina hidrogenada de soja (HSPC, formulação Lip-PEGHSPC) e/ou fosfatidilcolina não hidrogenada de soja (SPC, formulações Lip-PEG50%SPC e Lip-PEGSPC), com vesículas com quantidades elevadas de AnfB, potencial zeta por volta de - 20 mV e diâmetros de 100 a 300 nm. Dentre estas formulações, a Lip-PEGHSPC , para a qual a incorporação de AnfB foi confirmada em estudos espectrofotométricos e espectrofluorimétricos, apresentou estabilidade em suspensão, à 4 ºC, e atividade antifúngica, in vitro, ligeiramente superior à AnfB livre para C. parapsilosis, C. albicans e C. dublinensis dentre as sete cepas testadas. Assim, a formulação Lip-PEGHSPC pode ser considerada uma alternativa viável e, possivelmente, superior aos tratamentos atuais que utilizam AnfB.Fungal infections are among the most important causes of death among immunocompromised patients. Amphotericin B (AmB) is an antifungal polyene macrolide, representative of the group of chemotherapeutics which mechanism of action consists in change of membrane cell permeability. AmB is more damaging to fungal cells, but interacts with mammalian cell membrane too, causing severe side effects to patients on treatment. Selectivity and toxicity of AmB may be altered by its encapsulation into liposomes, consequently leading to higher therapeutic efficacy. The advantages liposomes as drug carriers are well documented, and account for the success of AmBisome®, an AmB liposomal formulation, marketed since 1989. Despite the advantages, liposomes are rapidly cleared from blood circulation. One of the most widely-used methods for enhancing the residence time of liposomes is the inclusion of pegylated phospholipids within its membrane surface (pegylated liposomes). This strategy modifies surface characteristics of liposome vesicles, making them sterically stabilized. Pegylated liposomes exhibit longer blood circulation time, which can result in accumulation of the encapsulated drug into specific and desired sites of drug action, and thus, increase its therapeutic efficacy. Pegylated liposomal formulations containing distearoylphosphatidylethanolamine(polyethyleneglycol), cholesterol, hydrogenated soy phosphatidilcholine (HSPC, formulation named Lip-PEGHSPC) and/or soy phosphatidilcholine (SPC, formulations named Lip-PEG50%SPC and Lip-PEGSPC) were prepared and characterized. The vesicles showed high quantities of AmB, zeta potential of around - 20 mV and diameters of 100 to 300 nm. The Lip-PEGHSPC formulation, to which AmB incorporation was confirmed through different behavior of free and liposomal AmB in spectrophotometric and spectrofluorimetric studies, exhibited good stability when maintained in suspension at 4 º C, and antifungal activity, in vitro, slightly superior to free AmB against C. parapsilosis, C. albicans e C. dublinensis, in a total of seven different tested strains. Therefore, Lip-PEGHSPC can be a viable, and possibly superior, alternative to currently available treatment using AmB