Pesquisa em ensino de fisica do 2.grau no Brasil : concepção e tratamento de problemas em teses e dissertações

A pesquisa acadêmica em ensino de Física do 22 grau no Brasil, convertida em teses e dissertações de mestrado, já alcançou um volume significativo, desde os primordios da década de 70, para que possamos verificar suas contribuições para a melhoria do ensino dessa ciência no nível médio. Interessou-nos, mais particularmente, investigar os problemas do ensino de Física concebidos e tratados nessas pesquisas e suas relações com o processo de ensino-aprendizagem da Física nas escolas brasileiras do 22 grau. A partir da reunião de 104 teses e dissertações de mestrado sobre ensino de Física, defendidas no Brasil até 1987, extraímos aquelas diretamente referentes ao ensino do 22 grau, totalizando 43 trabalhos para análise. Identificando suas tendências quanto ao ano de defesa, instituição, titulação, orientador e, principalmente, quanto à temática dos trabalhos, compusemos um quadro geral sobre o desenvolvimento dessa pesquisa acadêmica no país. Analisando os problemas do ensino de Física concebidos e tratados nas teses e dissertações, verificamos que seus autores vêm discutindo questões intrínsecas ao processo de ensino-apren-dizagem, mais afeitas à estrutura curricular, Metodologia de Ensino, Psicologia da Aprendizagem ou Epistemologia do Conhecimento. Por outro lado, o tratamento dado a esses problemas tem resultado, na maior parte dos casos, em constatações de sua pertinência ou subsídios de ordem geral para a ação pedagógica. Propostas de intervenção apresentadas em alguns trabalhos não têm se efetivado, quer pela transposição da análise das causas dos problemas identificados, quer pela não aplicação das propostas em situações escolares reais ou de grande amplitude. Desse modo, acreditamos que somente com a superação das limitações da pesquisa acadêmica em ensino de Física, envolvendo, entre outros aspectos, a produção de estudos em diversas regiões do país que não apenas no eixo Sul-Sudeste, a constituição de diversos grupos de pesquisa com linhas de investigação sóilidas e contínuas, uma divulgação mais adequada dos estudos à comunidade educativa do 12 e 22 graus, uma maior interação da pesquisa acadêmica com essa comunidade, principalmente com o professor de Física, bem como o desenvolvimento de estudos interdisciplinares que circunscrevam a pesquisa em ensino de Física no tratamento de problemas mais amplos da Educação brasileira, será possível transformar as características - e deficiências - do ensino de Física no Brasil, praticamente inalteradas desde o século XIX, com vistas à sua melhoria.Not informe