Imagination, imaginary, playing images : adolescence, school and family in the teaching process relations

Apresentamos aqui um estudo através do qual elegemos um dos aspectos constitutivos do desenvolvimento humano e das práticas sociais como foco de investigação: o imaginário/imaginação. Considerando que o problema emergiu de uma experiência de trabalho junto a um grupo específico, tomamos como locus de investigação empírico uma escola localizada na periferia da cidade de São Paulo em que já haviam sido anteriormente realizados estudos pela pesquisadora. O trabalho foi iniciado com o convite a este grupo de alunos para que participassem de encontros de discussão. Tal grupo foi formado por seis adolescentes de idades entre 13 e 14 anos pertencentes à sétima série do ensino fundamental. Como produto dos encontros, os alunos decidiram elaborar e apresentar uma peça de teatro a partir da qual disseram o que pensavam/imaginavam ser a adolescência e suas relações. Ao longo das discussões e elaboração da peça, a temática da família mostrou-se um ponto emergente, entrelaçado nas falas sobre a adolescência. Após a apresentação do teatro, realizamos entrevistas individuais com os professores nas quais esses relataram a maneira como pensavam e entendiam seus alunos, suas famílias e a atividade desenvolvida pelo grupo ao longo do processo de pesquisa. Para Vigotski, a imaginação é compreendida como uma função psicológica superior, que emerge no processo – histórico e ontogenético - de elaboração das relações entre a linguagem e o pensamento. Coincidentemente com essa linha de argumentação de Vigotski, encontramos em Castoriadis pontos de ancoragem para conceber o imaginário como a dimensão onde as imagens e as palavras (ambas afetadas e engajadas nas tramas dos enunciados, significações, relações sociais e história) existiriam juntas sendo que as imagens, ao mesmo tempo que elaboradas e sustentadas pela linguagem e seus sentidos, produziriam outras formas de conexão, que não estritamente os da linguagem verbal. Assim, a partir da apresentação das análises de momentos em que o grupo de adolescentes decide elaborar uma peça de teatro que tematiza o que pensam/experienciam ser “O mundo dos jovens”, pretendemos discutir o processo de constituição do imaginário/ imaginação, problematizando as imagens e conceitos (re)produzidos nos modos de pensar e falar desses alunos e seus professores sobre a adolescência e a instituição familiar. A peça de teatro foi compreendida como uma atividade que possibilitou ao grupo apresentar, representar e elaborar na posição de autores e personagens simultaneamente, os modos como entendiam, sentiam, viviam e imaginavam as práticas, posicionam ntos e relações sociais que envolvem “o mundo dos jovens”.We present here a research in which we elect, as focal point, one of the constitutive elements of human development and also one of the social practices: the imaginary/imagination. Considering that the problem emerged from an experimental work on a specific group, we took as locus of empirical investigation a school located in the metropolitan poor area of São Paulo city, school that had already been target of previous work by the researcher. The work began with the invitation of this group of students to participate in discussion sessions. Such group was constituted of six adolescents with ages varying between 13 and 14 years, belonging to the seventh degree class of the fundamental school (n.t. Brazil’s education sequence). As a byproduct of the sessions, the students decided to create and present a theater play in which they said what they thought/imagined being the adolescence and its pertaining relations. Along the discussions and creation of the play, the theme of family showed itself as an emergent issue, intermitted with the speech about adolescence. After the theater play presentation, we did individual interviews with the teachers, interviews in which they portrayed their way of thinking and understanding of their students, of their students’ families and of the activity developed by the group in the process of research. To Vigotski, the imagination is understood as a superior psychological function which emerges in the elaboration process – historical and ontogenetical – of the relations between the language and the thinking. Coincidentally with this Vigostki’s line of argumentation, we find in Castoriadis points of anchorage to conceive the imaginary as a dimension where the images and the words (both effected and engaged in the entrapments of the propositions, meanings, social and historical relations) were to exist together. The images, at the same time elaborated and sustained by the language and its meanings, were to produce forms of connection other than only those strictly from the verbal language. Thus, from the presentation of analysis regarding the moments in which the group of adolescents decide to elaborate a theater play focusing on what they think/experience to be “the world of youth”, we intend to discuss the process of constitution of imaginary/imagination, working on the images and concepts (re)produced in the students’ and teachers’ ways of thinking of and of talking about adolescence and the family institution. The theater play was understood as an activity which made it possible for the group to present, represent and elaborate, from their simultaneous roles of authors and of personages, on the ways they comprehended, felt, lived and imagined the practices, positioning and social relation involving “the world of youth”