Tratamento de dependentes de drogas : dialogos com profissionais da area de saude mental

No presente estudo, apresentamos e discutimos, uma revisão bibliográfica sobre aspectos individuais, familiares e socioculturais do uso, abuso e dependência de drogas, dando ênfase às intervenções terapêuticas. Em geral, optamos por apresentar detalhadamente estudos da literatura científica atual, os quais foram considerados padrões para o aspecto discutido. Destacamos, outrossim, documentos da Organização Mundial de Saúde (WHO, 1996) que refletem a preocupação com a necessidade de avaliarem-se os tratamentos de usuários de drogas, bem como o treinamento e a formação dos profissionais que atuam na assistência a estes usuários e na prevenção ao consumo de substâncias psicoativas. Entrevistamos vinte e dois profissionais de Saúde Mental, de diversas formações de nível universitário - Medicina, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Psicologia, Enfermagem, Psicanálise - que atendem farmacodependentes nas cidades de Taubaté e São José dos Campos, localizadas no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Incluímos, na presente pesquisa, profissionais que atuam nos hospitais psiquiátricos (localizados em São José dos Campos), na área de Saúde Mental do serviço público e (ou) em consultório particular das cidades supracitadas. Investigamos características relativas à formação, atuação e alguns dos pontos de vista e observações destes profissionais sobre a experiência de atendimento a pacientes que apresentam transtornos relacionados a substancias. Compilamos o que os profissionais pensam do usuário de drogas e da família deste, quais os objetivos estabelecidos para o atendimento e quais os métodos e (ou) técnicas enipregados para que tais objetivos sejam atingidos. Abordamos, também, os resultados que eles relatam ter obtido, os critérios para avaliação destes, as principais dificuldades encontradas no decorrer dos atendimentos, se empregam alguma forma de registro de dados e de observações e se ocorreram mudanças na compreensão da dependência de drogas no decorrer da experiência profissional. A análise estatística descritiva, da amostra pesquisada, revelou que o tempo médio de experiência na área é de 13.1 anos. A quase totalidade dos profissionais começou a lidar com dependentes de drogas por acaso, 4.6 anos, em média, após o término da graduação. Em geral, não tiveram formação prévia. Atendem uma média de 17.2 pacientes e de 9.5 famílias por semana. Os diálogos com os entrevistados indicaram que há insatisfação com os resultados obtidos e com as condições de trabalho. Praticamente não há cursos de recic1agem, controle de eficácia, ou "follow-up". A improvisação e o uso de técnicas ec1éticas predominam sobre as intervenções definidas e avaliadas sistematicamente. A experiência assistencial é dominante em relação a de pesquisa, ou de atualização da literatura científica especializadaAt the introduction of the presenting Phd thesis, we present and discuss a bibliographical revision about individual, familiar, social cultural aspects, related to drug addiction, its use and abuse, emphasizing on therapeutical actions. ActualIy, we have chosen to present, detailed up - to - date scientific literature studies, which have beem considered as standards to the discussed subject. However, we point out, the World Health Organization (WHO, 1996), which demonstrates the concem related to the necessity of evaluating drug addict treatment, as welI as the training and professional qualification of those who treat drug addicts and work in the prevention of psychoative substance uses. We have interviewed twenty-two professionals ITom Mental Health area, which qualifications were ITom different fields on University leveI - Medicine, Social W ork, Occupational Therapy, Psychology, Nursing and Psychoanalyzis who treat people who are drug addicts in the cities of Taubaté and São José dos Campos, located in Paraíba ValIey, State of São Paulo. We have also included, in this research, professionals who work in Psychiatric HospitaIs (in São José dos Campos) in the field of Mental Health for govemment institutions and (or) private offices in the cities mentioned above. On our research we have taken into consideration the characteristics pertinent to these professionals qualification, way of procedure, as welI as some of their points of views and theír remarks conceming their clinical experience towards patients who present disorders related to those previously quote~ substances. We have compilated the professionals' opinions about drug addicts and their families; the aims established by these continuous treatments, as welI as their clinical procedures methods and (or) used techniques so that their purposes could be reached. Our approach also refers to the results they have achieved, the criteria used to evaluate these results, the main difficulties noticed during these patient' s treatments, as welI as if any kind of data and observation register were adopted and if any chang concerning drug addiction understanding has ocurred during their professional experience. A statistical descriptive analysis of the researched sample, has shown that these professionals have been working in this area an average of 13.1 years. Almost all of these professionals have accidentalIy begun to work with drug addicted - in average 4.6 years after their graduation. On general basis, they haven't had any previous specific qualification on this area. They attend an average of 17.2 pacients and 9.5 families per week. When interviewed, these professionals have demonstrated dissatisfactions with the achieved results and with the work conditions. Practically, there aren't any recyc1ing courses, efficacious controls or follow-up so that the professionals have a better qualification. The improvisation and the use of ec1etic techniques predominate over the already defined actions which were systematically evaluated. The experience based on the treatment is superior in relation to the scientific research or even to the most modero scientific specialized literatur