Nosso objeto é a gramática das cores na obra de Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Dirigimo-nos, portanto, às relações internas entre cores e não às relações externas entre pigmentos, raios luminosos, processos retinianos, que interessariam precipuamente a físicos, fisiólogos ou psicólogos. Desse modo, enquanto estudo sobre uma investigação filosófico-gramatical, nossa atenção se volta para o uso normativo de palavras descritivas da experiência cromática, perfazendo tal uso uma tarefa característica de uma fenomenologia, na medida em que seu alvo são as condições de sentido e não a verdade da percepção. O modo original de Wittgenstein de tratar a identidade da cor logra definir-se apenas em um percurso extenso, cujos pólos são, por um lado, a...