Uma contribuição ao estudo da reofundição de aços inoxidaveis

Este trabalho investiga a possibilidade de obtenção de estruturas reofundidas em aço inoxidável austenítico do tipo AISI 304, por fusão parcial controlada via tratamentos térmicos de estruturas laminadas, à temperaturas superiores à Tsolidus. Investiga ainda as modificações estruturais decorrentes do tratamento para reofundição e o seu efeito sobre as características de corrosão do aço. É analisada a influência dos parâmetros tempo e temperatura de tratamento, na estrutura produzida; para tanto foram feitos tratamentos na faixa de 1432 a 1446°C por tempos de 5 a 30 minutos. Os resultados mostram que é perfeitamente viável a obtenção de estruturas reofundidas, pelo método analisado, dependendo dos parâmetros testados como segue: tempos muito reduzidos, da ordem de 5 minutos, não são suficientes para a produção de estruturas reofundidas nas temperaturas mais baixas, situação onde tempos da ordem de 20 minutos podem ser requeridos; no entanto, o aumento da temperatura pode tornar possível a produção de pastas reofundidas para este reduzido tempo de tratamento. Observou-se ainda que o aumento da temperatura ou tempo de tratamento pode levar ao aumento do tamanho médio de glóbulos na pasta reofundida por possibilitar sua decantação e ocorrência de mecanismos de coalescência e de Ostwald. Os resultados mostram que o tratamento para reofundição altera a microestrutura tanto nos seus constituintes, quanto na distribuição dos elementos de liga. O aço no estado reofundido apresenta glóbulos constituídos de austenita e ferrita; sendo observado acúmulo de Mn e Ni em espaçamentos interglobulares. Como conseqüência, o aço no estado reofundido apresenta um comportamento à corrosão distinto do aço no estado trabalhado: o reofundido é mais suscetível à corrosão generalizada e intergiobular, enquanto o aço trabalhado apresenta corrosão preferencial por pitesThis work investigates the feasibility of the production of rheocast structures in AISI 304 austenitic stainless steel by partial melting via heat treatments or rolled structures, in temperatures above the solidus. Structural modifications and their effect on the corrosion characteristics of the steel are also investigated, as well as the influence of the treatment parameters holding time and temperature in the produced structures. Treatments were carried out in the range of 1432 to 1446°C, varying the holding times from 5 to 30 minutes. Results show that it is perfectly possible to produce rheocast structures by this route, depending on the analysed parameters as follows: very short times, in the order of 5 minutes, are not sufficient for rheocast structures production in the lowest temperatures, situation where holding periods around 20 minutes are required to promote the necessary structure modifications; increase in the treatment temperature can make it possible to obtain rheocast slurries for such a short holding time. It was also observed that increasing treatment temperature or time can lead to increase in the average globule size in the rheocast slurry by sedimentation of solid particles and growing mechanisms such as coalescence and, in less extent, Ostwald ripening. Results show that the rheocast treatment modifies the constituents of the microstructure and the alloy elements distribution. Rheocast steel shows globules with both austenite and ferrite phases and it was observed significant Mn and Ni segregation to the interglobular regions. Consequently, the rheocast steel shows a distinct corrosion resistance behaviour when compared to the wrought steel: the rheocast steel is more susceptible to general and interglobular corrosion whilethe wrought state shows preferentially pit corrosio