Impressões fotogramaticas : a experiencia dos fotogramas nas vanguardas artisticas

O modelo renascentista de representação figurativa, baseado na noção de perspectiva monocular, encontra na descoberta da fotografia a possibilidade de concretizara busca de uma imagem objetiva. Exatamente por sua natureza técnica, a fotografia foi vista inicialmente como instrumento auxiliar das pesquisas científicas e das artes e os discursos sobre a neutralidade do aparelho fotográfico confirmaram sua suposta vocação para a exata reprodução da natureza. No entanto, a partir da segunda metade do século XIX, a incorporação da fotografia às práticas visuais e as estreitas ligações que se desenvolveram entre fotografia e arte moderna resultaram em experiências que foram além da mera imitação da realidade visível. Um exemplo disso foi a produção de imagens fotogramáticas ou fotogramas, impressões realizadas sem a utilização da câmera obscura, especialmente aquelas produzidas nas três primeiras décadas do século XX por artistas ligados aos movimentos de vanguarda. Tais artistas buscavam, através da fotografia, a exploração de novas formas estéticas e a revitalização das artes visuais. A proposta fundamental deste trabalho é a de analisar essas experiências com fotogramas, enquanto técnica situada no cruzamento da fotografia com as demais formas de expressão artística, objetivando compreender sua contribuição ao questionamento da representação figurativa e à construção da estética moderna, aprofundar suas relações estreitas com a arte das vanguardas e identificar as influências exercidas sobre a prática da fotografia de modo geralNot informe