A politica de conciliação : os intelectuais e o Governo Montoro

Esta pesquisa propõe estudar a relação entre os intelectuais e o Poder durante o período denominado Nova República, tomando o governo Montoro, especialmente a Secretaria de Educação, como estudo de caso, visto acreditar-se que este governo traduz as principais características políticas que envolve o cenário nacional nesse momento.Parte da premissa de que mais uma vez as mudanças ocorreram pelo alto, sob o comando dos homens do Poder, empregando os artifícios mais antigos na cultura política nacional que é a utilização das alianças conciliatórias e da cooptação de lideranças existentes fora da esfera do Poder. Nessa perspectiva, pretende-se analisar o papel do intelectual como importante elemento de legitimação do novo governo, garantindolhe credibilidade, ao mesmo tempo que o auxilia ao camuflar o caráter conservador da mudança. A participação de intelectuais permite ao governo assimilar a retória oposicionista, desenvolvendo projetos e utilizando o discurso que até então habitava a sociedade civil (universidades, sindicatos, revistas...). Com isso, o governo pede assumir a condição de protagonista das mudanças almejadas pela sociedade, antecipando-se as reais transformaçôes que poderiam ocorrer sob o comando de setores da sociedade civil, mais organizadas. A pesquisa analisa o grau de envolvimento da intelectual idade progressista com o governo Montoro e o empenho deste em assimilar as propostas até então consideradas alternativas. Constata-se assim, um considerável número de intelectuais que se dispõe a colaborar, direta ou indiretamente como governo Montoro o que resulta num impressionante montante de cursos, produção gráfica e intelectual e reformas pedagógicas, que termina distinguindo este governo de seus antecessores e até de seus sucessoresNot informe