Efeito da duração, repetição e intensidade do estresse sobre indicadores metabolicos em ratos

O objetivo deste trabalho foi avaliar a mobilização metabólica em ratos submetidos a 50-60 minutos de natação de acordo com três protocolos: no grupo A os ratos foram submetidos a uma sessão de 50 minutos de natação; no grupo B o tempo total de natação foi dividido em três sessões diárias de 5, 15 e 30 minutos e no grupo C os ratos foram submetidos a cinco sessões de natação de 5, 15, 30, 45 e 60 minutos. Os conteúdos de glicogênio (00) do figado e dos músculos sóleo e gastrocnêmio foram depletados nos três grupos experimentais, mas a glicemia (GA) foi aumentada significativamente apenas no grupo B. Concentrações séricas de lactato (L) foram maiores que os controles nos grupos A e B. Houve aumento significativo nas concentrações dos ácidos graxos livres (AGL) nos três grupos experimentais. Como a lipólise basal (LB) estava aumentada em adipócitos isolados do grupo B, o aumento plasmático dos níveis de AGL poderia ser conseqüência da estimulação da lipólise pela adrenalina e noradrenalina. Adipócitos isolados de ratos dos grupos A e B foram supersensíveis à adrenalina, entretanto os do grupo C não foram. Conclui-se, portanto, que após cinco sessões de natação as alterações nos marcadores metabólicos foram menos pronunciadas que após uma sessão de natação com duração similar e que três sessões de natação não foram suficientes para causar adaptação. Em outro experimento, avaliamos o efeito da temperatura da água sobre a mobilização metabólica, em ratos submetidos a três sessões de natação de 5, 15 e 30 minutos a 35°C ou a 18°C. Após a sessão de natação a 35°C os ratos mantiveram sua temperatura corporal comparados ao controle, entretanto os ratos que nadaram a 18°C mostraram hipotermia. As concentrações de GO no figado e nos músculos sóleo e gastrocnêmio foram depletadas nos ratos que nadaram a 35°C. Nestes ratos as concentrações de GA, L e AGL foram significativamente maiores que o controle. Nos ratos que nadaram a 18°C as concentrações de GO no músculo gastrocnêmio diminuíram e a glicemia não foi alterada em comparação ao controle. As concentrações de L e AGL foram significativamente maiores que o controle..e-também-foram..maiores.-do-.que--os.-rato~- que -nadaram -a -3:S°C. A LB foi aumentada em adipócitos isolados de ambos os grupos, assim como a sensibilidade à adrenalina. Em ratos submetidos à natação em baixa temperatura ocorre bloqueio da mobilização de carboidratos e do metabolismo aeróbio da glicoseThe aim of this work was to evaluate metabolites mobilization in rats submitted to 50-60 minutes of swimming according to three protocols as follows: in the group A, rats were submitted to one 50 minutes swimming session; in the group B the total 50 minutes swimming time was divided in three daily sessions of 5, 15 and 30 minutes and in the group C, rats were submitted to tive swimming sessions of 5, 15, 30, 45 and 60 minutes. The glycogen (GO) contents of tiver, soleus and gastrocnemius muscles were depleted in the three experimental groups, but it was not altered in ventricle. The g1ycaemia (GA) was signiticantly increased only in the group B and it was not different from control in the rats from groups A and C. However, serum lactate (L) concentration was higher than control in the groups A and B, with no significant differences in the group C. There were significant increases in serum free fatty acids (FF A) concentration in all the three experimental groups, indicating that lipids mobilization had already started. Since basa! lipolysis (BL) was altered in isolated adipocytes from group B but not A or C, the increase in plasma FF A levels might be a consequence of the lipolysis stimulation by epinephrine and orepinephrine. Moreover, adipocytes from rats submitted to swmnmng were supersensitive to epinephrine, in groups A and B, but not C. We conclude that after five swimming sessions the metabolic tracers alterations were less pronounced than after one session even though session durations were similar. The metabolic features of groups A and B are mostly similar suggesting that three swimming sessions were not enough to cause adaptation. To test this hypothesis, in other experiment, we evaluated the effect of water temperature. as a determinant of stress intensity. on metabolic markers in rats submitted to three swimming sessions of 5, 15 and 30 minutes at 35°C or 18°C. Immediately after swimming sessions at 35°C rats were homeothermic compared to control whereas rats swimming at 18°C showed hypothermia. The GO content of liver, soleus and gastrocnemius muscles was depleted after swimming at 35°C. In these rats, GA, L and FF A concentrations were significant1y higher than control. In rats swimming at 18°C the GO content of gastrocnemius muscle decreased and GA were not altered compared to control, whereas L and FF A concentrations were significantly higher than control and than rats swimming at 35°C. BL was increased in adipocytes isolated from both groups, as well as the sensitivity to epinephrine. We conclude that swimming at 35°C causes substrates mobilization and increases metabolism most1y guaranteed by the higher plasma levels of epinephrine, norepinephrine and corticosterone. These metabolic alterations allow the animal to keep homoeothermy and normal plasma glucose levels. However, swimming at low temperature impaired carbohydrates mobilization and glucose aerobic metabolism, then causing increased serum lactate and FF A levels although plasma levels of catecholamines were higher than in the other groups. Those alterations are not sufficient to avoid hypothermi