Segurança e higiene no trabalho em estação de tratamento de esgoto

Interpretar as Estações de Tratamento de Esgoto como plantas industriais, que prestam serviços à comunidade, possuindo um sistema produtivo e de transformação reflete que estas enfrentam problemas, como qualquer outra indústria, nas questões de segurança do trabalho. Nesta pesquisa estuda-se os riscos ambientais aos quais os funcionários do setor de saneamento estão expostos nas etapas do sistema de tratamento de esgoto que possuem características de unidades industriais, em particular, os sistemas de Lodos Ativados e Lagoas. Através de pesquisas bibliográficas, questionários e verificação das normas regulamentadoras existentes, complementadas com visitas realizadas às estações de tratamento e entrevistas com profissionais ligados ao tratamento e segurança, foi possível levantar os acidentes que ocorrem, verificar os procedimentos e manuais da área de segurança no trabalho, bem como constatar que não há uma norma específica para o setor de saneamento como, também, um código CNAE que represente diretamente as estações de tratamento, seus acidentes e funcionários. Pode-se verificar que muitos acidentes se repetem como a 20 anos conforme relatou LOUREIRO (1982) e que muitos dos manuais e procedimentos devem ser atualizados e ter uma linguagem mais acessível ao trabalhador. Dos questionários enviados e respondidos, constatou-se que ainda, há muita reserva quanto à divulgação dos dados de acidentes, bem como procedimentos de segurança por parte das empresas do setor, pois apenas algumas estações de tratamento dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Piauí e Roraima enviaram suas respostas. Mesmo assim, foi possível montar um quadro geral dos acidentes e riscos existentes nas estações e verificar que no tratamento primário e terciário se concentra a maior quantidade de riscos ambientais. Por fim, conclui-se que a criação de norma específica para o setor pode não ser o fator determinante para a diminuição dos acidentes, porém a criação de procedimentos eficazes e adoção de controles mais efetivos podem melhorar as condições de trabalho e higiene dos profissionais que atuam no setor.To interpret the Sewer Treatment Station as a industrial plant that serve to the community, and having a productive and transformation system, reflects that these face problems, as any another industry, in matter of security of the work. This research studies the ambient risks to which the employees of the sanitation sector are exposed to in the stages of the sewer treatment systems with characteristics of industrial units, in particular, systems what made use of Activated sludge process and the stabilization Lagoons process. Through bibliographical research, questionnaires and verification of the existing norms, complemented with visits carried through treatment stations and interviews with professionals of treatment and security areas, was possible to raise the accidents that occur, to verify the procedures and manuals of the area of security in the work as well as evidencing that there is no specific norm for the sanitation sector and a CNAE code that directly represents the treatment stations, its accidents and employees. It can be verified that many accidents happen as 20 years ago according to LOUREIRO(1982) in his Doctor’s work, and that many manuals and procedures must be updated and have a accessible language to workers. Based on the questionnaires sent, one evidence was that there are reserves about spreading accidents data as well as procedures of security from the related companies, because only some treatment stations from São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Piauí and Roraima states had sent its answers. Even so it was possible to create a general picture of the accidents and existing risks in the stations. It was concluded that the creation of specific norms to the sector may not be a determinant factor for accidents reduction, but the creation and implementation of more effective procedures and controls can improve the professional’s conditions of work and hygiene