Cadeia produtiva do cafe no Estado de São Paulo

A desregulamentação do sistema agroindustrial do café, ocorrida em 1989, obrigou os agentes envolvidos a buscar sua reorganização, agora sem a tutela do Estado. Desse movimento surgiu o Conselho Deliberativo da Política Cafeeira – CDPC, criado em 1997, envolvendo representantes do governo e dos diversos segmentos privados componentes da cadeia produtiva do café. Com isso vem sendo recuperada a capacidade de formulação de nova política cafeeira pós-regulamentação. A decisão brasileira de romper o Acordo Internacional do Café – AIC, em 1989, dando início à liberalização do setor, foi considerada acertada por diversos especialistas. Além de ceder grande parte de sua fatia no mercado mundial de café e suportar sozinho o ônus da administração dos estoques, a retenção mostrou-se ineficaz para estabilização de preços. Por outro lado, preços elevados artificialmente viabilizaram produtores reconhecidamente ineficientes. O mercado de café mostra sinais de crescimento, destacando-se a crescente preferência por cafés especiais. Nesse segmento de mercado o Brasil detém amplas vantagens competitivas, pela grau de organização de sua cadeia produtiva e pela tecnologia de produção e diversidade de climas que possui. Isso torna o País o único capaz de produzir qualquer tipo de café requerido pelos consumidores. Há necessidade, entretanto, de se reformular os sistemas de classificação e implantar os certificados de origem dos cafés. O Estado de São Paulo vem recuperando sua atividade cafeeira, buscando se aproveitar dessa condição de mercado. Com base em informações colhidas nas quatro maiores cooperativas cafeeiras paulistas, complementadas por dados secundários, foram analisadas alternativas de melhoria da competitividade da cadeia no Estado, com ênfase no segmento agrícola. Neste estudo a competitividade foi tratada como a capacidade de produzir a custos menores, atendendo aos requisitos de qualidade exigidos, e do grau de coordenação apoiada em estruturas de governança adequadas a cada tipo de transação. Os resultados mostraram que a introdução do sistema de plantio adensado, associado a novos métodos de manejo da cultura, e a incorporação de métodos mecanizados na colheita, podem reduzir significativamente os custos de produção, e permitir a adoção de maiores cuidados com a preservação da qualidade do produto. Como a maior parcela da produção de café vem de pequenas áreas, foi identificada a necessidade de uma estrutura de governança para coordenar as transações envolvendo esses cafeicultores. As análises permitiram concluir que as cooperativas tem as condições necessárias para exercer essa função, desde que sejam superadas algumas dificuldades. Uma delas está no desafio de conseguir atuar num mercado competitivo obedecendo os princípios doutrinários. Outra se encontra na insuficiência de capital de giro para adequação de sua estrutura organizacional para o exercício dessa função. As discussões para a superação da primeira encontram-se em estágio avançado. Com relação aos recursos, a solução pode ser um maior uso dos contratos de CPR pelos cafeicultores, associados a operações no mercado de futuros, para maior segurança no mercado. O nível de competitividade poderá ser ampliado também com a redução dos efeitos negativos do conjunto de fatores que compõem o chamado “custo Brasil”. Os mais importantes continuam sendo a elevada carga tributária, as altas taxas de juros, que inibem os investimentos necessários à melhoria da eficiência da cadeia produtiva do café, além dos elevados custos de logística de transporte, tanto interno como para exportação.The withdrawal of regulation on the agroindustrial coffee system, occurred in 1989, compeled the agents of that system to seek for its reorganization without counting on government support. as a result, the Deliberative Council of Coffee Policies - CDPC was organized in 1997, including delegates of government and privates segments of coffee supply chain. For this reason, the capacity to formulate a new coffee policies post-regulation has been recovered. The Brazilian decision to break up with the International Agreement of Coffee - AIC in 1989, starting the discharge of that sector was considered correct by many specialists. In addition to cede the major part of its coffee market share and to support by itself the onus of stocks management, the retention showed up to be ineffective for the stabilization of price regarding commodities and products. In the other hand, inefficient producers were benefited from policies yielding artificially high prices. The coffee market is showing some signs of growing, mainly considering the increasing preference for special kinds of coffee. In this market segment Brazil has competitive advantages due to the organization degree of its supply chain and to the production technology and climate diversities. This factors enable Brazil to produce any special kind of coffee required by consumers. Nevertheless, it is necessary to reformulate the classification systems and to have the origin certificates deployed. São Paulo state is gradually recovering some coffee production activities, trying to benefit from the current market status. In the work, alternatives to improve the competitiveness of the coffee supply chain in São Paulo state were analyzed having information collected in four major cooperatives placed in São Paulo as the underlying basis, complemented with secondary data. In this survey competitiveness was treated as how capacity to produce coffee with lower costs, according to demanded quality requirements, and as the degree of coordination supported by government structures for each type of transaction. Results achieved demonstrated that the adoption of condensed condensed plant system associated to new agricultural management methods, and to harvest mechanization can decrease considerably the production costs and allow the adoption of better care procedures regarding the preservation of the final product quality. The major part of coffee production is produced by small farmers where it is necessary to establish a strong coordination. According to the analyses realized in this work, the cooperatives are able to execute this role, after going through some obstacles. one of them is in the challenge of action on a competitive market observing its principles. Another problem is the absence of financial turn-over to adequate the cooperative organizational structure. Discussions about the first question are advanced. Concerning the financial resources the solution can be use CPR contracts, joined with future market operations. The level of competitiveness could be also expanded through reduction of negatives effects of a set of factors known as the "Custo Brasil". The most important ones continue to be the highs tribute rates and interest rate that inhibit investments needed to improve to performance of the coffee supply chain, allied to the high costs of internal e for exportation transportation logistics