Costuma-se avaliar o último movimento das pesquisas de Foucault como um suposto refúgio, um retorno aos gregos que traria consigo a marca de uma dupla recusa: à política e à modernidade. Prova disso seria o seu fechamento na análise acerca das práticas de si de uma época de ouro na qual este si divergiria radicalmente do sujeito moderno. Suplantado, assim, este polo referencial da modernidade, o relativismo pós-moderno daria a Foucault seu último nome. Na contramão dessa leitura, pretendemos desenvolver apontamentos (pautados sobretudo em trabalhos específicos dos anos de 1980) que possam apresentá-lo como um filósofo eminentemente moderno, que busca na abordagem genealógica ao invés de histórica dos Antigos a amplificação do campo de inv...