A influência das condições sanitárias sobre a qualidade das águas utilizadas para maricultura no Ribeirão da Ilha, Florianópolis, SC

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.O Estado de Santa Catarina é o maior produtor de ostras e mexilhões do país, e Florianópolis é responsável pela maior produção de ostras do Estado, sendo que o Ribeirão da Ilha, localizado no sul da Ilha de Santa Catarina, produz 80% das ostras do município. Entretanto, o sucesso e o fortalecimento desta atividade depende da qualidade da água em que são cultivados os moluscos. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar aspectos da qualidade das águas destinadas à maricultura na região do Ribeirão da Ilha e sua relação com a falta de um sistema coletivo de coleta e tratamento de esgotos. Para isso foram reunidos os principais trabalhos realizados na região e posteriormente foram levantadas as condições sanitárias da mesma, estudando a qualidade das águas dos rios que deságuam no oceano próximo aos locais de cultivo. Como parte desta investigação acompanhou-se o funcionamento de uma fazenda marinha com a finalidade de identificar os procedimentos que fazem parte do manejo dos moluscos e que podem tornar-se portas de contaminação do produto. Em duas fazendas marinhas foram coletadas mensalmente amostras da água do cultivo e de ostras, para análise de coliformes na água e contaminação por Salmonela spp na carne das ostras. Ao final, pôde-se verificar as atribuições dos atores governamentais e não governamentais envolvidos com a maricultura, e as principais ações com relação à proteção da qualidade do molusco produzido. Os resultados obtidos com as análises de água apresentaram coliformes fecais acima do permitido pela legislação (CONAMA n°20/86) e os resultados das análises das ostras apresentaram presença de Salmonella sp e Hepatite A, estando fora dos padrões exigidos pela legislação (ANVISA n°12/01); os principais rios da área de estudo estão poluídos, pois não existe o sistema coletivo de coleta e tratamento de esgoto; existe uma forte tendência de ocupação humana nas bacias hidrográficas que deságuam na área estudada, o que tende a agravar ainda mais a situação da região