Intoxicações humanas por agrotóxicos em Santa Catarina, um perfil dos casos registrados pelo Centro de Informações Toxicológicas /

Dissertação (Mestrado) -Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias.Foram analisados 1024 prontuários de pacientes atendidos pelo Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina - CIT/SC, no período de 01 de janeiro de 1994 a 31 de dezembro de 1996, com o diagnóstico de intoxicação por agrotóxicos. Em SC não existe um programa de notificação e investigação destes agravos, bem como de vigilância das populações expostas ao risco. Para este estudo foi elaborado um protocolo e este originou um banco de dados no Epi Info. A análise estatística foi realizada no Statsoft, STATISTICA for Windows, e compreendeu os testes de proporção, qui-quadrado e Kruskal Wallis. As intoxicações por agrotóxicos representaram em torno de 13% do total dos atendimentos do CIT, e a Regional de Saúde da Grande Florianópolis apresentou a maior taxa de notificação. Os inseticidas foram a classe de uso majoritariamente implicada e o grupo químico - inibidores das colinesterases - o mais envolvido. O número de casos no sexo masculino foi maior que no feminino e os adultos corresponderam ao grupo etário mais acometido. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a zona urbana e a rural. Os casos notificados apresentaram característica de sazonalidade. Em 90,7% a exposição foi aguda e a circunstância não intencional representou 67,8% dos casos. A letalidade foi de 3,1% e as classes toxicológicas de grau I e II foram responsáveis por 68,8% dos óbitos. Noventa e quatro por cento (94%) do total das mortes foram determinadas pelos grupos organofosforados e bipiridílicos. Estes dados sugerem a necessidade de um programa para o registro e estudo dos agravos decorrentes destas intoxicações