Heteronormatividade e outros marcadores sociais no jornalismo: uma análise das revistas Claudia e TPM

Este trabalho analisa a configuração da heteronormatividade e a forma como a sexualidade se relaciona com outros marcadores sociais de diferença nas edições de fevereiro a junho de 2014 das revistas Claudia e TPM. Parte-se das teorias construcionistas e dos estudos de gênero para entender conceitos como gênero, sexo e sexualidade, além de utilizar autoras feministas que trabalham com interseccionalidades, relacionando tais concepções com outros marcadores sociais de diferença. Discute-se o jornalismo como construção social da realidade e a mídia como agente que reproduz noções socialmente dominantes e mantém valores que hierarquizam grupos e identidades. Através da Análise de Conteúdo, analisam-se 221 trechos e 38 imagens jornalísticas que mencionem, direta ou indiretamente, relacionamentos afetivos e/ou sexuais, buscando identificar se é possível perceber a heteronormatividade nessas unidades de análise e também de que forma a sexualidade se relaciona com marcadores sociais de raça/etnia, geração e estéticos relacionados especificamente a peso. Conclui-se que, nas edições analisadas, as duas revistas visibilizam majoritariamente tipos específicos de relacionamentos e comportamentos, mantendo, assim, os padrões dominantes na sociedade