A atuação da recuperação de crédito na gestão de risco de crédito : um estudo de caso no Sicredi – Sistema de Crédito Cooperativo

O novo cenário econômico estabelecido devido à estratégia do Governo Federal de redução dos juros aumentou as possibilidades de consumo da maior parte da população, principalmente por conta do fácil acesso ao crédito, gerando por conseqüência uma grande safra de novas concessões e de preocupações especiais das instituições financeiras para a manutenção destes novos créditos. Esse novo momento estabeleceu para as instituições financeiras um grande desafio para a manutenção da margem financeira, que ficou cada vez mais pressionada em frente à concorrência de bancos estatais e pelo clamor popular para taxas mais baixas. Para as cooperativas de crédito, apesar de seu modelo de negócio diferenciado, as dificuldades não eram diferentes, aumentando consideravelmente a importância de uma eficiente gestão de risco de crédito para a redução da exposição ao risco, atuando em todas as etapas do ciclo de crédito, principal e diretamente com processos de recuperação de crédito, tendo como principais objetivos a reversão de perdas e aumento da rentabilidade da carteira. Com a realização de um estudo de caso no Sistema de Crédito Cooperativo – Sicredi foi possível a avaliação de uma segmentação da carteira de crédito inadimplente para observar os diferentes resultados obtidos de acordo com a estratégia adotada. A carteira de crédito foi dividida em dois grupos com características semelhantes, com o objetivo de identificar o efeito prático das ações e processos de recuperação de crédito, sendo definido que um dos grupos seria acionado de acordo com a estratégia estabelecida, ou seja, os inadimplentes receberiam telefonemas, cartas e SMS de cobrança, e o outro não sofreria influência alguma. Com base neste estudo e com a avaliação do resultado obtido foi possível identificar que a recuperação de crédito possui grande papel na gestão de risco de crédito, atuando na reversão de perdas com devedores duvidosos e na diminuição da exposição de risco da empresa. Desta forma tornou-se evidente a necessidade das instituições financeiras de organizarem-se em relação ao estabelecimento de políticas e processos de cobrança para atingirem seus objetivos e manterem-se competitivas em um novo cenário apresentado pelo mercado de crédito no Brasil