Representações docentes na educação de jovens e adultos : em busca de significados

É do espaço do Curso de Especialização em EJA e Educação de Privados de Liberdade ao qual é destinado o presente trabalho que emerge a questão desta pesquisa. No decorrer do curso chamou-me atenção e causou estranhamento a ideia que alguns professores da EJA expressavam sobre os estudantes através de suas falas argumentativas. O aporte escolhido foi a Teoria das Representações Sociais, tal como proposta por Moscovici (1978) devido a sua especificidade nos estudos de fenômenos sociais que circulam e orientam as ações de grupos, além de se constituir como pertinente para compreender os sentidos atribuídos pelos professores ao ser discente. A opção metodológica envolve a aproximação ao método da dialética materialista histórica, levantamento bibliográfico em relação ao que já se produziu e ao que se vem produzindo atualmente sobre o tema “Representações docentes”. Participaram do estudo 8 docentes inseridos na faixa etária entre 24 e 49 anos; todos com formação superior, e com tempo de atuação oscilando entre 03 e 12 anos na EJA. Os dados foram coletados por meio de questionários e a partir da análise verificou-se que diversos elementos como a formação docente, as condições de trabalho desses profissionais, o conhecimento da realidade e valorização da cultura dos estudantes da EJA e ainda a relação dos educandos da EJA com o saber interferem nessas representações sociais. Desses elementos decorrem as três categorias a partir das quais se constituiu a análise: Desafios dos Professores da EJA, Currículo da EJA e Juventude. Os resultados constituem um alerta para que, por meio de políticas públicas, se resgate a valorização e o reconhecimento social dos docentes investindo-se primordialmente na formação específica do profissional da EJA. Atrelada a essa condição está a prática educativa como possibilidade de alteração do panorama atual a favor da educação popular