Quando o outro evidencia nosso racismo : reflexões sobre a alteridade na educação

O presente artigo é uma reflexão teórica sobre a alteridade e a educação, que partiu da experiência de um projeto de extensão realizado com estudantes oriundos do continente africano, e hoje residentes em Porto Alegre. O diálogo com estes estudantes tornou-se o estopim para a reflexão sobre a evidência do racismo em nossa sociedade, mais especificamente na cidade e no espaço universitário. A proposta é trazer uma reflexão acerca do racismo velado vivenciado no cotidiano universitário por estes estudantes durante sua experiência de mobilidade humana. A experiência intercultural, o contato com o estranho, o estrangeiro, é uma forma “extrema” de encontro com o “outro”. Este encontro proporciona a reflexão sobre o “eu” na relação com o “outro” distante, evidenciando a relação com o “outro” mais próximo. Experienciar a relação eu-outro é fundamental ao espaço educacional e acadêmico, e a partir dela pode-se construir uma aproximação e aprendizagem com a diferença, sem pressupor uma homogeneidade nestas relações. Conclui-se que esse é um pressuposto básico à educação, para a produção de conhecimento criativo com consciência critica em relação as outras formas de ser e perceber o mundo