Uma análise dos determinantes do desempenho das exportações brasileiras no período 1992-2011

Este trabalho tem como objetivo analisar os determinantes das exportações do Brasil entre 1992 e 2011. Para tal, foram analisados estudos que relacionam as exportações com variáveis como taxa de câmbio, taxa de juros, dotação relativa de fatores, carga tributária e renda externa, procurando relacionar e contrapor os diversos estudos e abordagens. Ademais, por meio de um estudo empírico, cada variável foi analisada individualmente, com o intuito de verificar se foram importantes isoladamente para explicar variações nas exportações e na pauta exportadora no período em análise. De forma simplificada, vimos que a taxa de câmbio real não se mostrou uma boa variável para explicar variações nominais das exportações brasileiras no período, ainda que tenha sido boa variável para explicar variações nos preços dos produtos exportados. A dotação relativa de fatores, em especial o fator recursos naturais, foi uma boa variável para explicar variações nos preços de produtos exportados, enquanto que a carga tributária explicou melhor variações no quantum exportado. Já a taxa de juros não pareceu ser uma boa variável explicativa das exportações no período, enquanto que a análise da renda externa nos mostrou que o crescimento e desenvolvimento da China foi fator importante para explicar a situação atual das exportações brasileiras. Mesmo assim, conclui-se que o PIB dos Estados Unidos ainda é uma boa variável para explicar as exportações do Brasil, o que expõe nossa ainda dependência em relação aos países desenvolvidos.This paper aims to analyze the determinants of Brazil's exports between 1992 and 2011. To this end, we analyzed studies that relate exports to variables such as exchange rate, interest rate, relative endowment of factors, tax burden, and foreign income, discussing and comparing the various studies and approaches about these relationships. In addition to that, an empirical study was carried out, in which each variable was analyzed individually, in order to determine whether they were, in isolation, relevant in explaining variations in exports and the export basket in the period. Resuming the results, we saw that the real exchange rate was not a good variable to explain the Brazilian nominal exports in the period, even though it was a good variable to explain variations in export prices. The relative endowment of factors, especially natural resources, is good variable to explain variations in export prices, while the tax burden best explained variations in the quantity exported. The rate of interest does not appear to be a good explanatory variable of exports in the period, while the analysis of foreign income has shown that the growth and development of China was an important factor to explain the current situation of Brazilian exports. Even so, it is clear that the U.S. GDP is still a good variable to explain variations in exports from Brazil, which exposes our dependence on developed countries