Influência do açúcar gaúcho S/A (Agasa), na evolução da história agrária da região de Ribeirão, primeiro distrito de Santo Antônio da Patrulha/RS

O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar a realidade agrária da região de Ribeirão, observando principalmente a influência que a AGASA teve na região, visto que mudou o destino de vários agricultores e suas respectivas famílias. Este trabalho aborda a evolução dos sistemas agrários da região de Ribeirão no período da ocupação indígena até a falência da empresa Açúcar Gaúcho S/A (AGASA) e a consequente migração dos agricultores da região para as cidades próximas e grande Porto Alegre. Aborda a influência que a AGASA teve neste processo evolutivo. São identificados alguns dos fatores que levaram às mudanças agrárias na região e suas consequências para a agricultura local. Para atingir os objetivos mencionados acima, foram realizadas consultas bibliográficas, consultas a documentos relacionados à existência da AGASA, observação de algumas propriedades existentes na localidade de Ribeirão e entrevistas. Foram acessados também documentos existentes no arquivo morto da AGASA, além de entrevistas com quatro agricultores de propriedades rurais, localizadas no entorno da usina e atores envolvidos com a AGASA. O trabalho apresenta a contextualização do município de Santo Antônio da Patrulha, as características da AGASA e da região de Ribeirão. Na sequência, são apresentadas as características da evolução dos sistemas agrários da região, desde o Sistema Agrário Indígena passando pelo Sistema Agrário Colonial Português, seguido pelo Sistema Agrário Moderno e Contemporâneo. Estes dois últimos sistemas agrários foram influenciados pela instalação e fechamento da AGASA. O trabalho procura contribuir para o conhecimento da história agrária da localidade, contando com a influência significativa que a AGASA teve para a região e entorno. O trabalho procura entender os motivos que levaram a localidade a se transformar de uma região agrícola a se tornar uma localidade quase que totalmente dormitório, pois seus moradores trabalham na cidade de Santo Antônio da Patrulha e Caraá, retornando à noite, para pernoitar. A pesquisa aponta que pouco restou de agricultura na região. Somente alguns agricultores antigos permanecem cultivando produtos para consumo próprio. A maioria dos jovens da região trabalha em fábricas de calçado e metalúrgicas, na cidade de Santo Antônio da Patrulha.The general goal of this work is to analyze the agrarian reality of the Ribeirão region, observing the influence that AGASA had there taking into account that it has changed the destiny of several agriculturalists and their respective families. This paper approaches the agrarian systems evolution in Ribeirao region in the Indian settlement period until Açúcar Gaúcho S/A (AGASA) bankrupt and the consequent migration of the agriculturalists of the region to the nearest cities and also Porto Alegre. It approaches the influence AGASA had in this evolution process. Some factors which lead to the agrarian changes in this region and its consequences for the local agriculture are identified. In order to accomplish the goals mentioned above, bibliographical research to paper related to AGASA existence, observation of some proprieties in the region as well as some interviews. Also papers in AGASA closed files were accessed, besides of interviews with four rural properties owners, located nearby the mill and actors involved with AGASA.The paper introduces the contextualization of Santo Antônio da Patrulha county, AGASA and Ribeirão region characteristics. Then, the region agrary systems evolution features are presented, since the Indian Agrary System, going through the Colonial Portuguese System, followed by the Modern and Contemporaneous Systems. These two latter ones were influenced by Agasa opening and closure. This paper tries to contribute to the awareness of the local agrarian history counting on the significative influence that AGASA had to the region and surrounding areas. The paper tries to understand the reasons why this is now a dormitory place, for people who, live there work in Santo Antonio and Caraa and just come back home in the evening to spend the night and sleep. Research shows that there is little agriculture in the region now. Only some old agriculturalists keep on planting for their own consume. Most of the young people in this region work in shoes and metallurgic factories in Santo Antônio da Patrulha