All Alices in wonderland : some considerations on the critical fortune of Lewis carroll

“The Alice Books” é a maneira pela qual são conhecidos, em inglês, os livros que compõem o corpus de minha monografia, a saber Através do Espelho e o que Alice Encontrou lá (1871) e Aventuras de Alice no País das Maravilhas (1885). Esses dois livros vêm encantando as pessoas há diversas gerações, ao narrarem as aventuras de uma menininha que visita mundos estranhos. Também exercem grande fascínio no campo dos estudos literários, em que estudiosos buscam encontrar os motivos para tamanha força de atração, de forma que a fortuna crítica de Lewis Carroll acabou por contabilizar um bom número de vertentes críticas ao longo dessas tantas décadas. Meu objetivo é traçar algumas considerações sobre os estudos críticos realizados acerca dos Alice Books, mapeando as principais linhas de análise, apontando sua relevância à época em que foram criadas e ressaltando aspectos em que tais leituras podem diferir das realizadas por novos leitores nossos contemporâneos. O trabalho se estrutura em duas seções. A primeira apresenta algumas vertentes clássicas de abordagem crítica às obras; e a segunda propõe uma interpretação relacionada ao conceito de modernidade líquida como metáfora para o tipo de sociedade em que nos inserimos hoje. O lastro teórico para a segunda seção se ampara na leitura da obra Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, que utilizo para comparar valores e conceitos de nosso tempo com elementos apresentados nas duas obras de Carroll. Espero, com isso, contribuir para a busca de respostas sobre as razões pelas quais os Alice Books continuam a intrigar e fascinar tantos críticos e leitores, mesmo cento e quarenta anos após o início de suas publicações.“The Alice Books” is the traditional expression used to refer to my corpus, which consists of two books written by Lewis Carroll, Through the Looking-Glass, and What Alice Found There (1871), and Alice's Adventures in Wonderland (1885). These stories have exercised so much influence on people over the years that the adventures of the little girl who discovers different worlds continues to be revisited until today. The wish to understand the fascination the Alice Books exert on people from all places and ages has inspired critics to scrutinize them, so that a collection of diverse readings has been gathered over the decades. This monograph aims at casting a birds’-eye view upon some of the most remarkable trends among such studies, showing their relevance at the time they were written, as well as pointing some aspects in which previous views differ from the way the books may be read in our present time. The work is structured into two sections. The first presents a survey of some classical interpretations of the Alice Books, and the second proposes a reading of the books as metaphor for the liquid modernity we currently live in. The theoretical basis for the second section comes from Zygmunt Bauman’s work Liquid Modernity, which helps me compare values and concepts that are considered typical of our epoch with elements presented in Carroll’s books. I expect this monograph can provide some further answers as to why the Alice Books continue intriguing critics and reader even after 140 years of their publication