Corpo e percepção : um estudo etnográfico entre praticantes do sistema biodanza

Este estudo buscou compreender os usos e performances corporais, os modos de percepção e como as pessoas vivenciam e atribuem significados às experiências em encontros grupais no Sistema Biodanza. Numa investigação etnográfica, a partir da proposta fenomenológica de Thomas Csordas, tendo a corporeidade como paradigma para a Antropologia, refleti sobre os dados etnográficos obtidos em experiências de campo em grupo de escola de formação para facilitador e em grupo regular de prática, procurando trazer o sentido e o refletido, suplantando as dicotomias clássicas entre sujeito e objeto, corpo e mente. Conclui a Biodanza como um meio de escuta de si, das ambigüidades e complexidades constituídas socialmente, mais que uma técnica corporal é prática de se perceber num mundo de diálogo com outros, em que se traz no corpo uma dimensão de existência social anônima que continuamente é atualizada e que nunca é possível tornar toda inteligível, pois há sempre excesso de sentido, que é construído e reconstruído nesse processo dialógico. As percepções nas vivências da Biodanza são fenômenos expressivos e culturais