Inclusão de pessoas com deficiência no trabalho e o movimento da cultura organizacional : análise multifacetada de uma organização

Alavancado por uma nova visão sobre as pessoas com deficiência, que inclui a necessidade da autonomia e a melhoria da qualidade de vida, e uma política pública, o processo de inclusão de pessoas com deficiência na sociedade vem se tornando uma realidade, ainda que lenta. Entre os setores sociais aonde a inclusão vem se processando está o mercado de trabalho, epicentro deste estudo. Desta forma, através de uma organização de grande porte, esta pesquisa reuniu dados para um Estudo de Caso que envolveu diferentes vieses da equação que reúne mercado de trabalho e deficiência. Foi abordado, além da questão histórica que acompanha a pessoa com deficiência na sua relação com o trabalho, o estigma que estes sujeitos enfrentam em sociedade e a legislação que os cerca e protege em diferentes áreas. Além disso, a educação e o trabalho também são o foco do estudo que traça o caminho da escola ao mercado e a cultura organizacional que cinge este processo dentro das empresas. Por fim, foram abordadas a tecnologia e a acessibilidade, elementos tão presentes na sociedade da informação atual e determinantes à inclusão de pessoas com deficiência em diferentes campos, complementando as diferentes análises a que esta pesquisa se propôs. Desta maneira, através de um estudo qualitativo, precedido de uma fotografia quantitativa da instituição, procuramos responder a pergunta investigativa: Como a cultura organizacional de uma empresa se adapta no processo de inclusão de pessoas com deficiência? Através das perguntas intrínsecas a esta inquietação: quem são os sujeitos da organização? Que adaptações (procedurais, atitudinais, educacionais, de gestão e estratégicas) se evidenciam para efetivar o processo inclusivo? E, considerando a tecnologia em sentido amplo, que novas adaptações individuais e organizacionais surgem visando o processo de inclusão? Como consideração maior, podemos inferir que as adaptações ainda estão muito aquém do desejável, e o processo de inclusão enfrenta mais obstáculos do que os previstos inicialmente. Contudo, há sim uma lenta transformação na cultura organizacional através dos indivíduos e dos grupos que se evidenciaram na pesquisa. A tecnologia ainda é pouco utilizada, provavelmente pelo desconhecimento por parte das organizações quanto as suas potencialidades.Driven by a new vision on people with disabilities that includes the need for autonomy and the improvement of the quality of life, and a public policy in which the process of including people with disabilities in the society is becoming a reality, even though it is slow. Among the factors where inclusion has been occurring, there is the labor market, which is the epicenter of this study. Thus, through a large size organization, this research gathered data from a Case Study that involved different angles of the equation regarding labor market and disability. In addition to the historical issue that follows the person with disability in his/her relation with the job, the stigma that these individuals face in the society and the law that surround and protect them in different areas were also addressed. Furthermore, education and labor are also focused by the study that outlines the way from school to market and the organizational culture that encompasses this process inside the companies. Finally, we focused the issue of technology and accessibility, which are highly visible elements in the current information society and decisive factors for the inclusion of people with disabilities in different fields, complementing the different analyses with which this research proposed to deal. Thus, through a qualitative study, preceded by a quantitative photograph of the institution, we aim to answer this investigative question: How does the organization culture of a company adapt to in the process of including people with disabilities? Through the questions intrinsic to that concern: who are the subjects of the organization? What adaptations (procedural, attituderelated, educational, strategic and management-related) become evident to enable the inclusive process? And, considering technology in a wide sense, what new individual and organizational adaptations are arising aimed at the inclusion process? As a major reflexion, we can infer that adaptations are still far from the desirable level, and the inclusion process faces more obstacles than those previously foreseen. However, there is a slow change in the organizational culture through the subjects and groups who became evident in the research. Furthermore, technology is not widely used, probably due to the lack of knowledge on the part of the organizations regarding its potentials