Nova espécie de Temnocephala Blanchard ectosimbionte sobre Trichodactylus fluviatilis Latreille (Crustacea, Decapoda, Trichodactylidae) da região Sul do Brasil

Temnocephala trapeziformis sp. nov., ectosimbionte sobre Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 é descrita para o Estado do Rio Grande do Sul, região sul do Brasil. Sessenta e oito caranguejos foram examinados, sendo que 61 (89,7 %) estavam positivos para esta espécie do gênero Temnocephala Blanchard, 1849. Posturas estavam localizadas, sobre as pleuras da carapaça, nas cavidades orbitais e no quarto par de pereiópodos, locais onde também foram encontrados espécimes jovens e adultos. Os temnocefalídeos sempre se apresentaram sem pigmento corporal, embora o pigmento vermelho dos olhos tenha sido preservado nos espécimes fixados em formalina 10% fosfato tamponada (90ºC). Os caracteres mais distintos da nova espécie são: 1) a forma e o tamanho do cirro e as características do ‘introvert’, 2) as placas sinciciais ‘excretoras’ trapeziformes, com o nefridióporo sempre deslocado para o canto inferior interno de cada placa, e 3) o número, o tamanho e a distribuição das glândulas produtoras de rabdites, observadas em espécimes muito jovens.Temnocephala trapeziformis sp. nov., ectosymbiont on Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 is described from the State of Rio Grande do Sul, southern Brazil. Sixty-eight crabs were examined, of which 61 (89.7 %) were positive for this species of the genus Temnocephala Blanchard, 1849. Eggs, as well as adult and young specimens, were found on the pleural areas of the carapace, in the orbital cavities, and, usually, on the fourth pair of pereiopods. The temnocephalans were always devoid of body pigmentation, although they kept the red eye pigment, undiluted in specimens fixed by hot (90ºC) phosphate buffered 10% formalin. The most distinctive characters of the new species are: 1) the shape and size of the cirrus and the characteristics of its introvert section; 2) the trapezoidal shape of the dorsolateral post-tentacular ‘excretory’ epidermal syncytial plates, with the nephridiopore in the lower inner corner of the plate; and 3) the number, size, and distribution of the rhabdite producing glands, as observed in very young specimens