Avaliação de qualidade de vida em adultos com e sem doenças crônicas : o papel dos sintomas depressivos

Objetivo: O impacto negativo dos sintomas depressivos na qualidade de vida tem sido foco de crescente atenção, mas esta relação permanece pouco estudada em países em desenvolvimento. O objetivo deste trabalho é verificar se a ocorrência de sintomas depressivos está associada a pior qualidade de vida e se esta associação permanece significativa após ajuste para algumas variáveis. Método: Uma amostra de conveniência foi selecionada e as medidas utilizadas foram o WHOQOL-100 para qualidade de vida, o Inventário de Beck para depressão para sintomas depressivos e o Critério de Classificação Econômica-Brasil para nível socioeconômico. Resultados: Cento e dezenove adultos saudáveis (comunidade) e 122 pacientes adultos (hospital terciário) do Brasil foram avaliados. Os sintomas depressivos parecem estar negativamente correlacionados com todos os domínios da qualidade de vida, mesmo após controle estatístico para idade, nível socioeconômico e a presença de uma doença crônica. O nível socioeconômico aparece positivamente correlacionado com os domínios social e ambiental da qualidade de vida. Conclusão: Nossos achados indicam que os sintomas depressivos e o nível socioeconômico podem ser fatores intervenientes relevantes entre a presença de uma doença crônica e sua associação com qualidade de vida no Brasil.Objective: The negative impact of depressive symptoms on quality of life has been the focus of increasing attention, yet this relation remains unstudied in samples from developing countries. The objective of this study was to determine whether the occurrence of depressive symptoms is associated with impaired quality of life and whether this association remains significant after adjustment for some variables. Method: A convenience sample was selected and the measures used were the WHOQOL-100, to assess quality of life, the Beck Depression Inventory, to screen for depressive symptoms, and the Economic Classification Criterion – Brazil, to evaluate socioeconomic status. Results: One hundred nineteen healthy adults (community) and 122 adult patients (tertiary hospital) from Brazil were assessed. Depressive symptoms were negatively correlated with all the domains of quality of life, even after statistical control for age, socioeconomic status, and presence of chronic health conditions. Socioeconomic status was positively correlated with the social relationships and environmental domains of quality of life. Conclusion: Our findings indicate that depressive symptoms and socioeconomic status are important elements affecting the relationship between chronic health conditions and quality of life in Brazil