Estudo molecular de prote??nas estruturais (gp21 e gp46) e regulat??rias (HBZ) do HTLV-1 em indiv??duos com diferentes perfis cl??nicos

O v??rus linfotr??pico de c??lulas T humanas tipo 1, HTLV-1, ?? conhecido, principalmente, por ser o agente etiol??gico de uma s??ndrome neurol??gica denominada TSP/HAM. Os fatores que definem a manifesta????o de doen??a ainda n??o foram completamente esclarecidos. As glicoprote??nas do envelope s??o altamente conservadas entre os isolados do HTLV-1, no entanto, substitui????es nucleot??dicas na regi??o g??nica que codifica para estas prote??nas, podem influenciar tanto na infectividade viral como na replica????o do v??rus. A gp46 possui dom??nios funcionais j?? associados ?? inibi????o da forma????o do sinc??cio, ?? transmiss??o c??lula-c??lula e ?? produ????o de anticorpos, enquanto que a gp21 apresenta dom??nios que permitem a fixa????o dela ?? membrana plasm??tica da c??lula hospedeira. O HBZ, por sua vez, ?? relacionado ?? regula????o positiva de fatores de transcri????o importantes para o ciclo celular, al??m de suprimir a transcri????o viral mediada por TAX. Estudos recentes revelam correla????o entre os n??veis dos transcritos do HBZ e a severidade da manifesta????o da TSP/HAM. Pelo exposto, o objetivo principal do trabalho foi buscar poss??veis biomarcadores virais nos diferentes perfis cl??nicos: assintom??ticos e TSP/HAM definidos. Nossos resultados revelaram que a mediana da carga proviral dos indiv??duos assintom??ticos (ASS) (n = 5) e TSP/HAM (n = 5), foi semelhante (316.227 c??pias/106 PBMC). Da caracteriza????o da gp46, obtivemos 146 clones virais: 70 (ASS) e 76 (TSP/HAM). A caracteriza????o molecular revelou uma diversidade gen??tica de 0,4% e 0,6% nos indiv??duos ASS e TSP/HAM, respectivamente. Identificamos 5 muta????es com freq????ncia acima de 20% entre os clones de cada grupo. Apenas a muta????o S35L foi exclusiva de clones do grupo ASS, tr??s muta????es (F14S, N42H, G72S) foram exclusivas de clones do grupo TSP/HAM e apenas uma muta????o V247I foi encontrada em clones de ambos os grupos com diferen??a estat??stica (p = 0,0014). Apenas a muta????o G72S est?? presente em um dom??nio funcional (53-75aa) previamente identificado. Tal dom??nio foi o segundo dom??nio mais divergente entre os indiv??duos TSP/HAM, sendo o RBD o mais divergente em ambos os grupos. An??lises f??sico-qu??micas revelaram que o alelo mutante para a posi????o 14 ?? mais hidrof??lico e flex??vel, e menos antig??nico, para as posi????es 42 e 247, respectivamente. Foi poss??vel identificar 23 e 16 ep??topos ligantes de alelos de HLA classe I e II, respectivamente nos dom??nios 175-209aa e 53-75aa, respectivamente. A an??lise de dom??nios potenciais revelou a presen??a dos mesmos s??tios de modifica????o p??s-traducional com diferentes freq????ncias entre os grupos. Identificamos a troca de estrutura em coil para folha beta na predi????o da estrutura secund??ria para as muta????es S35L e G72S. Da caracteriza????o molecular da gp21 dispomos apenas de 08 sequ??ncias, obtidas de PCR direto, de 4 de indiv??duos ASS e 4 de indiv??duos TSP/HAM. A an??lise molecular identificou apenas uma muta????o (Y477H) em 7 seq????ncias. Da caracteriza????o de 10 sequ??ncias, obtidas de PCR direto do HBZ, foi poss??vel identificar duas muta????es (S9P e T95I), em 100% das sequ??ncias, e uma terceira muta????o R112C em 66,7% e 25% das sequ??ncias oriundas de indiv??duos ASS (n = 6) e TSP/HAM (n = 4), respectivamente. A muta????o R112C pode ser respons??vel pela muta????o P34L na prote??na p12 (ORF-1 de pX). 7 Conclu??mos, portanto, a observa????o de 5 muta????es mais freq??entes, na gp46, e que est??o associadas ao perfil de varia????o dentro de cada hospedeiro, j?? que, com exce????o da muta????o V247I, as demais muta????es foram exclusivas de clones de um ??nico hospedeiro. Uma ??nica muta????o foi encontrada na gp21 e em rela????o ao HBZ foi poss??vel identificar 3 muta????es sendo que nenhuma delas tinha sido descrita na literatura. N??o foi poss??vel associar nenhuma das muta????es encontradas ao perfil cl??nico devido ao reduzido n??mero de indiv??duos inclu??dos no estudo. No entanto, sugerimos que novos estudos sejam conduzidos, para expandir o entendimento da diversidade molecular dessas prote??nas, com o aumento no n??mero de indiv??duos avaliados, e sobretudo porque acreditamos no potencial destas muta????es sugerimos tamb??m a avalia????o funcional delas