Implicações do trabalho sobre a saúde e a qualidade de vida dos profissionais de nível médio de enfermagem de um hospital público do DF

O estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do trabalho sobre os profissionais de nível médio de enfermagem de um hospital público do DF. Trata-se de um estudo descritivo, teórico e empírico, com abordagem qualitativa e quantitativa. Os dados foram coletados por questionário semi-estruturado. Constituíram-se sujeitos do estudo 30 Técnicos de Enfermagem, que possuíam vínculo estatutário. A maioria pertencia ao sexo feminino (70%); 46,66% eram casados e 30% solteiros; 80% trabalhavam 40 horas semanais; 23,33% possuíam outro emprego; 63% realizavam plantões noturnos e a maioria atuava há menos de 10 anos. As insatisfações quanto ao trabalho se referiram, principalmente, ao quantitativo reduzido do pessoal, à realização de atividades de competência de outros profissionais e à estrutura física do setor, entretanto, a penosidade do trabalho parece ser amenizada pela remuneração elevada. Dos entrevistados, 43,33% afirmaram ter faltado no último ano, na maioria das vezes por problemas de saúde. Constatou-se que 50% dos profissionais apresentavam doenças como hipertensão, hipotireoidismo, tendinite, dorsalgia, insônia, o que nos leva a considerar que muitos têm trabalhado adoecidos; 50% não praticavam atividades físicas, e o consumo de medicações, álcool, cigarro e café demonstrou índices elevados. Dos entrevistados, 83,33% não possuíam tempo adequado para o lazer. Ficou nítido que a relação trabalho-casa-família é tensa, interferindo sobre a vida e a qualidade do trabalho. No contexto estudado, evidenciou-se que o trabalho dos Técnicos de Enfermagem tem prejudicado a saúde e a qualidade de vida destes trabalhadores, essenciais durante o processo de prestação de cuidados no âmbito hospitalar