Crenças de alunos adultos de língua estrangeira sobre seus papéis e do seu professor nas atividades orais comunicativas

Este trabalho apresenta algumas reflexões de uma pesquisa voltada para a interação professor-aluno e aluno-aluno durante atividades orais comunicativas dentro do contexto de aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Nesta pesquisa micro-etnográfica investigam-se diferentes crenças e expectativas dos aprendizes de língua estrangeira quanto aos seus papéis e de seu professor e dos possíveis conflitos que surgem quando estas expectativas não são correspondidas. Fundamentam teoricamente este estudo: (a) pesquisas anteriores sobre as incongruências de crenças entre professores e alunos, (b) princípios e teorias que regem a Abordagem Comunicativa, (c) a logística comunicativa por trás das abordagens, dos diversos papéis assumidos pelo professor e pelos alunos, das ações, atividades e material visto em sala de aula, (d) modelo de funcionamento interno dos processos de aprender línguas. A abordagem comunicativa é, antes de tudo, uma postura de ensino centrada no aprendiz e, portanto propõe que o aluno assuma a responsabilidade maior do processo ensino-aprendizagem. Assim, enfatiza-se neste estudo a autonomia, a prática de tarefas em pares, a colaboração entre os alunos e o método indutivo de aprendizagem. Dentro desse contexto, investiga-se também a expectativa dos alunos quanto à correção de seus erros e o quanto de drillings (exercícios de repetição) eles esperam ter antes que a prática oral em pares aconteça. Este estudo foi feito com aprendizes brasileiros do nível básico de uma instituição de ensino de língua inglesa como língua estrangeira. Para a coleta de dados foram aplicados questionários aos alunos e à professora, foram observadas aulas e elaboradas notas de campo, foram finalmente gravadas e transcritas entrevistas com alunos. A análise dos dados sugere que algumas crenças dos alunos, quanto aos seus papéis e de sua professora, não estão em sintonia com a maneira de proceder dela enquanto a aula é ministrada. Observou-se que os alunos, no que tange as atividades orais, não se acham prontos a assumir o papel de gerenciadores de sua própria aprendizagem. Para se sentir mais seguros (para falar) esperam que sua professora assuma mais constantemente o papel de modelo, participante nas interações, e que ela corrija e proporcione mais drillings do que ela normalmente faz.This paper presents a number of considerations resulting from a researching project on teacher/learner and learner/learner interaction which took place during oral communicative tasks in the context of English as a foreign language. This ethnography-based research aims at investigating different expectations and beliefs students and teachers hold concerning their roles and if it can result in difficulties of interaction between both. This work is theoretically based in (a) studies about different expectations and beliefs teachers and students hold, (b) the theoretical bases and critical thinking about the communicative approach to language teaching, (c) the communicative rationale which underlies the teacher’s approach, the range of roles adopted, patterns of interaction, tasks and material, (d) the inner functioning model for the language teaching process. The communicative Approach foremost focus is the learner; therefore, it holds that the learner is in charge or their own learning. Thus, this paper emphasizes the learners` autonomy, pair-work, peer-correction, and inductive learning. Within this context, it also investigates the learners` expectations towards error correction and the amount of drillings they want to have before oral practice takes place. This study was carried out with Brazilian basic level students from an ELT school. For data collection, questionnaires, audio-recorded-interviews (with transcription) and classroom observations with field notes were used. The findings suggest that learners and teacher do not always adopt the same role relationship while she is managing the learning process. It was implied that students, as far as oral tasks are concerned, do not feel ready to manage their own learning. They expect their teacher to adopt more often the role of a model, participant of the interaction. They want more frequent on the spot correction, and to be provided with more controlled practices such as drillings than she normally does. The justification for this lies on the fact that it would make learners more secure to speak