A tradiÃÃo intelectual do romance Vida e Morte de M. J. Gonzaga de SÃ, de Lima Barreto

This research aims to study the intellectual tradition in the novel Vida e Morte de M. J. Gonzaga de SÃ, Lima Barreto, published in 1919. This narrative is presented as Gonzaga de SÃâs biography, from a traditional family, clerk, dedicated to the study of different forms of knowledge. The biographer and narrator-character, Augusto Machado, is a young mulatto, Gonzagaâs friend. However, the biography is not structured like the others: what most matters is not the personal life facts, but the protagonistâs intellectual life and conflicts. The intellectual tradition functions as the legacy left by Gonzaga de SÃ to Augusto Machado. The narrator writes the biography as one who organizes an intellectual inventory. As the study method, we divided the intellectual tradition in this work into: philosophical, historical and literary. In the first chapter, we analyze the philosophical tradition, represented by Francis Bacon ,Arthur Schopenhauer, Jean-Jacques Rousseau and Friedrich Nietzsche. It is reflected, among other things, about the possibility of action in the world, a recurring theme in Lima Barretoâs work. In the second chapter, we studied the reflections on the history and the memory of the city, the political situation of the First Brazilian Republic and the theories about the workers. In the last chapter, we discuss the literary tradition in Vida e Morteâ composed by the writers in the Western canon. Thus, it is noticed that the intellectual tradition in Vida e Morte... represents the formation of the Brazilian intellectual, the main questions from the early twentieth century and the charactersâ nonconformity when demonstrating critical ability on the reflections that combine facts from Brazilian reality and the Western intellectual thought.Esta pesquisa pretende estudar a tradiÃÃo intelectual presente no romance Vida e Morte de M. J. Gonzaga de SÃ, de Lima Barreto, publicado em 1919. Essa narrativa apresenta-se como a biografia de Gonzaga de SÃ, de famÃlia tradicional, amanuense, dedicado ao estudo das mais diversas formas do conhecimento. O biÃgrafo e narrador-personagem, Augusto Machado, Ã um jovem mulato, amigo de Gonzaga. No entanto, a biografia nÃo se estrutura como as demais: o que mais importa nÃo sÃo os fatos da vida pessoal, mas a vida intelectual e os conflitos do protagonista. A tradiÃÃo intelectual funciona como a heranÃa deixada por Gonzaga de SÃ para Augusto Machado. O narrador escreve a biografia como quem organiza um inventÃrio intelectual. Como mÃtodo de estudo, dividimos as referÃncias presente nessa obra em: filosÃficas, histÃricas e literÃrias. No primeiro capÃtulo, analisamos a tradiÃÃo filosÃfica, representada por Francis Bacon, Arthur Schopenhauer, Jean-Jacques Rousseau e Friedrich Nietzsche. Reflete-se, entre outras coisas, sobre a possibilidade de aÃÃo no mundo, tema recorrente na obra de Lima Barreto. No segundo capÃtulo, estudamos as reflexÃes sobre a histÃria e a memÃria da cidade, a situaÃÃo polÃtica da Primeira RepÃblica Brasileira e as teorias sobre os trabalhadores. No Ãltimo capÃtulo, abordamos a tradiÃÃo literÃria de Vida e Morte..., composta pelos escritores do cÃnone ocidental, como DostoiÃvski, TÃlstoi, George Eliot, entre outros. Dessa forma, percebe-se que a tradiÃÃo intelectual de Vida e Morte... representa a formaÃÃo do intelectual brasileiro, os principais questionamentos do comeÃo do SÃc. XX e o inconformismo das personagens ao analisarem a realidade brasileira e as referÃncias do pensamento ocidental