O SABER E O CREDO: OS INTELECTUAIS CATÓLICOS E A DOUTRINA DA ESCOLA NOVA (1924-1940)

No final dos anos de 1920 e na década de 1930, o Brasil foi palco de disputas importantes. Não só o campo da política passou por um processo de reordenamento estrutural como também a educação se tornou alvo de interesse público e motivo de debates acalorados. Nossos educadores - o que para a época equivale dizer os nossos intelectuais das mais diversas áreas - tomaram para si a responsabilidade de conduzir as discussões sobre o moderno, o novo, o necessário e se posicionaram de acordo com suas convicções, para melhor divulgar e defender a sua forma de pensar a educação e seu papel na sociedade. Dois grupos se destacaram nesse processo: católicos e pioneiros. Ambos acreditavam na educação como um elemento regenerador e de fundamental importância para a construção de uma identidade nacional e ambos elegeram a matéria impressa como lugar de debate em defesa de suas premissas, fundamentadas pela filosofia da Escola Nova. Os intelectuais qualificados como católicos constituíram um grupo complexo e heterogêneo, unido por ideais em comum. Nessa perspectiva, este trabalho tem por objetivo compreender como estes intelectuais se apropriaram da nova doutrina educacional dentro dos moldes da sua fé e como traduziram nos seus discursos a sua leitura de mundo e o modelo de educação que defendiam, percebendo quais foram as sintonias e nuances entre os seus membros e como estas aparecem no debate pedagógico publicado em suas Revistas.At the end of the1920s and in the decades of 1930s, many important battles were taking place in Brazil. Not only did the politic field go through a structural reorganization process, education also became target of public interest which led to heated debates. Our educators - who were intellectuals from diverse fields in those periods - they took upon themselves the responsibility of leading the discussion about the modern, the new, the necessary and they positioned themselves according to their convictions, to divulge and to defend better their way of thinking about education and its role in the society. Two groups stood out in this process: Catholics and Pioneers. Both believed in education as a regenerating element and as of fundamental importance in the construction of a national identity and both elected the printed matter as a place for debate to defend their premises founded by New School philosophy. The intellectuals qualified as Catholics constituted a complex and heterogeneous group, united by common ideas. In this perspective, this work aims at understand how these intellectuals appropriated the new educational doctrine within their faith modes and how they translated in their discourse their view of the world and the educational model they defended, perceiving which were the resemblances and nuances among their members and how they appear in pedagogical debate published in their magazines