Avaliação química e ecotoxicológica de efluentes químicos, visando seu reuso

Em função da escassez de água que atinge todo o mundo, a reutilização de efluentes tem sido uma prática cada vez mais aceita e difundida em todos os segmentos, seja industrial, urbano ou agrícola. O presente trabalho avaliou a qualidade do efluente de três laboratórios químicos de ensino e pesquisa da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP quanto a viabilidade do reuso. Foram realizados ensaios ecotoxicológicos agudos e crônicos utilizando como organismos-teste os cladóceros Ceriodaphnia dubia, Daphnia similis e Danio rerio; ensaios de genotoxicidade com sementes de Lactuca sativa (alface); determinações de metais pesados e surfactantes. Os resultados mostraram que os efluentes causam efeitos tóxicos agudos e crônicos, afetando a sobrevivência e reprodução dos organismos. Em relação aos ensaios genotóxicos, os efluentes não inibiram a germinação das sementes e conseqüente crescimento das radículas, sendo que em muitos ensaios houve germinação e crescimento em amostras sem diluição. Quanto aos resultados da determinação dos parâmetros inorgânicos, os metais arsênio, boro, cobre e zinco e os surfactantes estavam acima dos valores máximos permitidos pela Resolução CONAMA 357/05. Recomenda-se a realização de mais ensaios ecotoxicológicos, principalmente terrestres, alem de estudos sobre a bioacumulação de tais metais no solo, evitando contaminação ambiental e humana quando se pretende irrigar gramados e jardins com os efluentes utilizados