Acolhimento: possibilidades para a reintegração familiar

O presente trabalho tem por objetivo discutir as possibilidade de reintegração familiar das crianças e adolescentes em contexto de acolhimento em entidades de acolhimento, hoje estruturada como Casas-Lares, em conformidade e seguimento ao ECA (1990/2009). Esclarecer os conceitos básicos utilizados no trabalho de reintegração familiar ao longo da história, verificar o papel exercido pela família no processo de reintegração familiar, verificando a importância das políticas públicas, governamentais e das equipes de apoio, principalmente após o retorno ao lar, buscando provocar o diálogo entre teoria e prática, a partir da vivência de estágio em uma instituição de acolhimento no Distrito Federal. Conhecer as características das famílias dessas crianças e adolescentes, suas percepções sobre o acolhimento e de que forma esses processos são vivenciados na realidade no Distrito Federal, mostra-se fundamental para o sucesso da reintegração familiar. A manutenção dos vínculos afetivos é fundamental para que a noção de família seja mantida de forma satisfatória, garantindo a proteção integral prevista no ECA (1990/2009). As características observadas nas famílias apontam grande vulnerabilidade e fragilidade social, que interferem no processo de reintegração dos filhos. O sucesso da reintegração familiar não depende só das expectativas almejadas por parte das técnicas referências ou da Justiça, mas principalmente da família e das crianças e adolescentes, que podem vislumbrar novos horizontes frente a esses desafios na busca pela reintegração familiar daqueles que foram privados de momentos únicos com seus genitores, família extensa ou adotiva. É importante refletir sobre a prática desenvolvida e propor intervenções consistentes no complexo campo da reintegração familiar. Conhecer o cotidiano da instituição mostrou-nos que os estudos acerca dessa temática estão longe de se esgotar, tamanha a complexidade que envolve a rede de relações inseridas nesse contexto