Um olhar crítico-reflexivo sobre as estratégias de aprendizagem de língua inglesa de licenciados em letras

A Língua Inglesa tem sido altamente valorizada no Ensino Superior principalmente devido ao impacto que causa na visibilidade profissional e no desenvolvimento cultural como um todo. Porém, muitos estudantes passam por dificuldades ou problemas na aprendizagem de língua estrangeira, gerando uma aprendizagem aquém do desejável. Muitos são os aspectos que interferem no processo de aprendizagem e podem afetá-lo de forma positiva ou negativa, como afirma Lopes (2005). Os objetivos desta pesquisa são: (A) compreender as principais dificuldades enfrentadas por estudantes de graduação em Letras na aprendizagem da língua inglesa, (B) entender quais são as estratégias referidas por esses estudantes para superar suas próprias dificuldades, e (C) identificar as estratégias não referidas por esses estudantes. As informações coletadas nessa investigação servirão para apoiar educadores que trabalham com ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira. Para isso, realizei um estudo levando em conta aspectos como a aprendizagem de língua estrangeira, a relação entre reflexão crítica e linguagem, autonomia e construção de identidade, estratégias e teorias de aprendizagem. O estudo é baseado em conceitos vygotskianos (VYGOTSKY, 1996) que enfatizam, sobretudo, a capacidade dos indivíduos de aprender por meio de interações dialéticas estabelecidas com os outros. Para se chegar aos resultados, a metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa, na qual as experiências vividas pelos participantes são prioridade, e o principal método de coleta dados foi de fonte documental. Nesta pesquisa documental (GIL, 1991) os dados são provenientes de diários de aprendizagem escritos por estudantes de graduação em Letras (ZABALZA, 1994). A interpretação dos dados foi feita com base em conceitos vygotskianos, complementada linguisticamente de acordo com os princípios da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994). Os resultados mostram que os estudantes se veem chegando a Universidade com poucos conhecimentos em língua inglesa. Os diários também revelam que os estudantes tem pouca habilidade para lidar com o processo de aprendizagem, o que pode dificultar o desenvolvimento de uma aprendizagem adequada ao longo do curso. Assim, o uso dos diários promove uma reflexão por parte dos estudantes, pois, constata-se que eles sabem da sua responsabilidade sobre a própria aprendizagem, mas possuem pouca autonomia nos estudos. Desenvolvem poucas estratégias para aprender, predominando as estratégias cognitivas. Há, portanto, a necessidade de que educadores possam desenvolver outros tipos de estratégias de aprendizagem com esses estudantes para beneficiá-los no desenvolvimento de sua autonomia e aprendizagem satisfatória de língua inglesa.Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Educação, área de concentração em Linguística Aplicada, para a obtenção do título de Mestre