Água, solo e vegetação nativa : sustentabilidade ambiental para o bairro rural Água das Sete Ilhas - Sertanópolis/PR

Os proprietários rurais brasileiros estão vivenciando um momento em que a sociedade em geral e as leis, em particular, estão lhes exigindo uma conversão de atitudes, a fim de que o estado de degradação ambiental do meio rural seja revertido. Dentre outros impactos negativos da modernização agrícola, campos agrícolas e pecuários susbstituíram vastas extensões de vegetação nativa, rios foram assoreados, nascentes desapareceram e processos erosivos transportaram porções de solo para níveis topográficos mais baixos. Porém, os proprietários rurais são penalizados devido a consequências geradas por um processo longo e complexo, movido por algo maior: política e economia. Significa que a situação de degradação ambiental é simplesmente um reflexo do modo de produção capitalista, cuja pressão determina que praticamente todos os produtores sigam suas regras. A legislação ambiental brasileira pouco considerou esse histórico e o fato de que, se aplicada de forma integral, reduzirá drasticamente as áreas de produção de alimentos e de matérias-primas. Não se questiona a necessidade de restaurar áreas degradadas, mas muitas normas precisam ser revistas com atenção e até reformuladas. Caso contrário, o sistema econômico não viabilizará a sustentabilidade ambiental. O bairro rural Água das Sete Ilhas, localizado no município de Sertanópolis / PR, ilustra essa realidade. Utilizando-se da área como base para o estudo, objetivou-se confrontar a abordagem do desenvolvimento sustentável com a prática que é encontrada na zona rural, particularmente na dimensão ambiental. Para a análise e a representação cartográfica das informações, utilizou-se como metodologia de estudo o sistema GTP (geossistema – território – paisagem), desenvolvido pelo geógrafo francês Georges Bertrand. O resultado encontrado é que a maioria dos produtores rurais do bairro procura se informar sobre as melhores formas de utilizar suas propriedades e que também estão preocupados com a situação em que os recursos naturais se encontram, mas que nem todas as recomendações de cunho ambiental que eles recebem são economicamente viáveis. Portanto, seja mantendo-se como estão hoje, seja adequando-se rigorosamente aos padrões da legislação, a sustentabilidade ambiental não parece ser algo possível para todas as propriedades dessa comunidade.The Brazilian rural land owners are experiencing a time in which the laws in particular and the society in general are requiring a change of attitude in order to revert the environmental degradation on the rural area. Among other negative consequences of agricultural modernization, agriculture and livestock related fields took over vast areas of native vegetation, caused excessive overbank deposition on rivers, make streams of water disappear and favor erosive process to move portions of the soil to lower topographic area. However rural land owners are penalized due the consequences generated in a long and complex process that is sustained by something bigger: politics and economy. It means that the situation of environmental degradation is a simply reflex of the capitalist way of production, whose pressure determines that practically all farmers must follow its rules and regulations. The Brazilian environmental legislation barely took into consideration this history and also the fact that if strictly enforced, it will drastically reduce food and raw material production areas. There is no question about the need to restore degraded areas, however many rules and regulations must be revised with attention or even be reformulated. Otherwise the economic system will not allow environmental sustainability. The rural neighborhood Água das Sete Ilhas located in the municipality of Sertanópolis on Paraná state gives us an example of that reality. Taking that area as a case study, the goal of the research was to confront the approach of sustainable development with that practice explained above found on rural areas, particularly on its environmental dimension. The methodology used for the analysis and cartographic representation was the GTP system (geosystem – territory – landscape), developed by the French geographer Georges Bertrand. The findings are that the majority of the neighborhood’s farmers seek to get informed about better ways to use their land and also that they are concerned with the current situation of the natural resources, however they say that not all recommendations toward the environment they receive are economic viable. Therefore whether keeping their attitude as it is today or rigorously adapting the legislation the environmental sustainability does not seem to be something possible to all farms on that community